Corre mais rápido!

Aqui partilhamos todas as nossas provas e treinos e muitas outras coisas sobre o mundo da corrida...

29/09/2014

A caminho da primeira Maratona - última semana de preparação

Pois é, a maratona está mesmo aí à porta. Falta menos de uma semana e os nervos começam a ser mais que muitos. Não há noite que não vá para a cama e que não pense nela antes de adormecer, e sinto sempre um nervosinho no peito. As dúvidas se conseguirei ou não, se vai tudo correr bem, interligam-se com os pensamentos positivos em que chego à meta todo sorridente e de braços no ar.

No domingo fiz o meu último treino longo. 20,20kms em 1h45m, o que deu um ritmo médio de 5'13". Ao fim dos 20kms não me sentia cansado nem com dores, o que me leva a crer que este poderá ser o ritmo que vou utilizar durante a prova. Se assim o conseguir, farei cerca de 3h50m, que é um belissimo tempo para uma estreia.

Durante esta semana vou fazer 2 ou 3 treinos mais curtos, mas com o ritmo que quero usar durante a prova, e em terreno plano. Tenho de apostar em fazer sempre um bom aquecimento antes de começar a correr, porque se não o fizer, arrisco-me a lesionar-me e morrer na areia da praia. Um ou outro treino em que não aqueci tão bem, senti dores nos gémeos da perna direita, que passava ao fim de algum tempo de corrida, mas que volta não volta sentia de novo e tinha mesmo de parar para alongar um pouco, e no final do treino as dores persistiam. É como se o músculo estivesse preso e não quisesse alongar. Outra coisa que sinto durante os treinos, são pequenas dores nas canelas (ambas as pernas) ao fim de 1,5km-2kms, que acabam por passar se acelerar o ritmo. 

De qualquer forma, agora é abastecer de hidratos, evitar gorduras desnecessárias, cortar com as bebidas alcoolicas, beber ainda mais água que o habitual e ir comprar os géis para me alimentar durante a prova. Já vi os abastecimentos que vamos ter durante a prova e estamos bem servidos de hidratação, portanto é coisa com que não me vou preocupar em levar. Será que alguém me sugere algum gel bom (e saboroso) para levar na prova? E cintos, alguém sugere um bom cinto para poder guardá-los?

Por fim, se alguém participou na maratona do ano passado, sabem-me dizer qual a melhor forma de ir ter à Baia de Cascais no domingo? Eles fornecem transporte ou tenho que apanhar o comboio/levar carro?

Aaah!! E já tenho número de dorsal! Todos os olhos postos no 2720!


PS: Como uma loucura nunca vem só, a inscrição para a Maratona do Porto, dia 2 de Novembro, já está efetuada. Entre as duas Maratonas ainda tenho a Corrida do Sporting, a Corrida do Aeroporto e a Corrida Montepio.

18/09/2014

Corrida do Tejo 2014

Pois que a corrida já foi no domingo e só agora é que tenho tempo de falar sobre ela.

Provavelmente, toda a gente conhece esta corrida e já terá participado em alguma das suas edições. Se nunca o fez, acho que é uma prova que merece ser feita, quase exclusivamente pela vista do percurso. É verdade que se pode ir correr todos os dias na marginal, mas vê-la repleta de gente a correr, com a multiplicidade de cores dos equipamentos, tem outro encanto.

Sobre a organização só posso dizer que, felizmente, este ano já incluiram o podermos viajar no comboio com o dorsal. Na minha ultima participação, ao chegar à estação, ninguém  entrava sem pagar 1€ pelo bilhete. Tendo em conta que normalemnte não levo dinheiro comigo durante as provas, foi uma chatice e tive que voltar até Algés com o Armando: umas vezes a pé; outras vezes, andando. Na chegada havia uma medalha e a entrega de uns sacos com uma água e um Gatorade. Ouvi dizer que algures estavam a dar maças, mas não vi nenhuma e muita gente se queixou do mesmo. De resto, abastecimentos suficientes, uma zona uma nos podiamos refrescar (passando debaixo de uns chuveiros) e alguma música durante o percurso, dão a esta organização uma nota bastante positiva.

Quanto à minha prova, ia com um objetivo muito definido: novo RP. Para isso, teria de conseguir um tempo abaixo dos 44'30", coisa que não consegui. Fiquei-me pelos 45'44", o que acaba por ser um bom tempo. Senti-me sempre bem durante toda a prova, e se não fiz melhor foi porque, mais uma vez, tive medo de arriscar mais cedo. Tinha pensado em atacar a meta a partir do km 7, correndo a 4'20" até ao fim, mas entre o km 7 e 8 foi onde acabei por correr mais lentamente, porque, acreditem ou não, me distraí em pensamentos. Quando dei por mim e olhei para o relógio e vi que ia a 4'50", ia-me dando uma coisinha má. Lá acelerei e quando passei a indicação do km 9, dei o máximo que o corpo ainda aguentava.

De qualquer forma foi um ótimo treino para a maratona que aí se avizinha e percebi que estou numa forma considerável e que, se tudo correr bem, o sub 4h é um possibilidade (sim, eu sei, na primeira maratona devemos estar concentrados é em acabar e não no tempo, mas um gajo quer sempre um pouco mais e melhor).

O belo do dorsal personalizado

A cara feia do Mustache

Os parciais

O diploma e tempo oficial

10/09/2014

Trail Nocturno das Lebres 2014 - Report by Pedro Moita




É sempre bom voltar a provas onde fomos muito felizes! Esta foi a prova onde me estreie nos trilhos, foi onde comecei a sentir o chamamento para esta vertente da corrida.
Já fez um ano desde a minha estreia nos trilhos e como é óbvio não podia perder mais uma edição desta prova na minha serra do coração (Arrábida) e aqui bem pertinho!

A prova tinha inicio marcado para as 21h, mas eu por volta das 20h já lá me encontrava a espera do João Pedro para levantarmos os dorsais juntos.
Enquanto esperava choveu e choveu e choveu mais um bocadinho... estava aberta a época da lama, pensei eu!

Entretanto lá chegou o JP, equipamo-nos a rigor e lá fomos levantar os dorsais.

Uma coisa que gosto muito nestas provas organizadas pelas Lebres do Sado, é o ambiente que se vive entre organização e atletas. Somos sempre muito bem recebidos.

Fomos ao carro deixar as ofertas da prova e quando voltamos já lá estava o Filipe a Patrícia e mais dois amigos. Deu tempo para meter um pouco a conversa em dia... e reparar que me tinha esquecido de levar o meu Mr. Spoq (GPS)... mas como é que foi isto possível??? Num treino ainda se desculpa... agora numa prova? Grrr... mas pronto estava feito e mentalizei-me que se calhar até ia ser melhor, pois não ia estar constantemente a olhar para os km's.


Começou então a chamada para o controlo zero da prova. Tudo correu sem problemas e em pouco tempo deu-se o inicio à prova.

O JP avisou-me logo que ia para fazer um bom tempo e por isso deixei logo de o ver no inicio da prova.

Os primeiros metros foram idênticos aos do ano anterior, mas ao invés  de entramos logo pelo single track do ano passado, seguimos sempre pelo estradão de terra batida.

Um a parte... Agosto de 2014, foi o mês em que fiz mais km's até hoje... treinei praticamente todos os dias (na segunda quinzena), e consegui recuperar sempre muito bem, mas ao mesmo tempo, notei que demora sempre cerca de 5 km até soltar o meu corpo, e a partir dai consigo ganhar um bom ritmo, superior ao meu antes de Agosto.

E durante esta prova não foi diferente. os primeiros 3km foram sempre ali na ronha... praticamente sempre a subir, até que se deu um click em mim, e senti-me a ganhar forças, ainda a subir.

A certa altura do percurso... comecei a notar tudo muito familiar.... eu já tinha passado ali... mas não... não podia... ou podia? Claro que sim! Ia-mos fazer a subida do Alto da Vigia!!! (aquela que me fez um DNF nos 30km de Vale de Barris)

Apesar da minha má prestação na ultima prova que passava por ali... desta vez não me fui a baixo, até porque ainda íamos no inicio da prova, e o percurso desta vez já não era desconhecido.

Durante a subida da Vigia, ora passava alguns atletas... ora era passado. Até que comecei a vir atletas na direcção contrária, (na apresentação avisaram-nos que o percurso ia-se cruzar), eram os primeiros!! Ainda pensei que fosse ver o JP no top 10, mas ainda não foi desta!! Mas ainda assim quando me cruzei com ele, ele ia bastante bem!

Continuou então a subida até à Vigia... e quando cheguei lá acima... que coisa tão brutal! A vista é ainda melhor do que de dia!! Apesar da chuva, conseguia-se ver Lisboa, Setúbal, Troia... brutal mesmo!! (infelizmente não tirei foto...)

Aqui era feito o controlo de passagem dos atletas, dávamos a volta à Vigia e voltamos a descer pelo mesmo caminho.

Ainda tentei ganhar alguns lugares na descida, mas infelizmente quem ia a minha frente já ia bem lançado.

Foram praticamente 2 km's sempre a descer, dando a volta até a lado Sul desta Serra, pelo percurso que eu já tinha feito em treino.

Ao km 8, estava então o abastecimento, tinha o essencial, agua e bananas, nunca prova curta penso que também não era necessário mais nada.

Tentei não perder muito tempo e aqui consegui ganhar alguns lugares!

Mais um km a descer e aqui o piso começou a ser mais irregular e muito propicio a entorses! Felizmente nada de grave, apenas umas ameaças de queda!

A certo momento nesta descida, começo a ouvir pessoas atrás de mim... estava a ser ultrapassado por 4 atletas! Ainda os tentei acompanhar, mas estavam muito fortes. E um pouco mais a frente ia começar uma escala de 1km em single track no meio da serra.

E foi então que me vi ali sozinho... e foi uma sensação brutal estar ali no meio da serra sem mais ninguém ao pé!!

Tentei impor sempre um bom ritmo, apesar de o percurso não permitir grandes corridas. A certo momento, comecei a ver umas luzes mais a frente.... e comecei a acelerar mais um pouco!

Não sei se seriam os mesmo que me tinham passado anteriormente, mas o que é certo é que os passei!


Do km 10 ao 13, foi sempre um sobe e desce por estradões de terra batida, e aqui senti os efeitos dos meus treinos de Agosto, estava a sentir-me super bem, e consegui correr sempre, mesmo nas subidas com mais elevação! Fui passando alguns atletas aos poucos e poucos e recuperando alguns lugares.

Ao km 13, voltamos a entrar no estradão que tínhamos feito inicialmente. Faltavam apenas 2 km para o fim e comecei a apertar um pouco mais comigo.

E aqui começou mais uma mega descida, em que comecei a ouvir alguns atletas mesmo colados a mim!! Puxei mais um pouco por mim e comecei a alcançar mais alguns atletas, até que cheguei a ultima subida da prova... mas já vinha a morrer e abrandei... até que um atleta da equipa do ProAventuras, deu-me um toque no braço para terminarmos aquela ultima subida e lá ganhei mais um bocado e força e só faltava uma centena de metros para a meta! Foi o tudo por tudo! E lá terminei!!

Eu a chegar a terminar a prova! (Dá para perceber não dá? :-D )




O JP já lá estava a minha espera, fez menos 10 minutos que eu, e eu fiz menos 10 minutos que o ano passado, num percurso que a meu ver era mais puxado este ano! Nada mau para um gajo lento como eu! :-)

Fomos então mudar de roupa e voltamos para o jantar e aqui foi a única coisa que me desiludiu nesta prova... estava a espera de bifanas e caldo verde, e saiu-me pão com chouriço e caldo verde! Pão com chouriço, não é bifana!!!! E não fui o único a queixar-se... mas pronto, fora isso, 5 estrelas a organização!! Como sempre!
 Entretanto lá chegou o Filipe e a Patrícia, que também fizeram a prova muito confortavelmente e a aproveitar o tempo limite muito bem, como sempre :-P .

Conto voltar em 2015 e tentar melhorar mais um pouco o meu tempo, e quem sabe acabar a frente do JP! :-D

Agora é começar a treinar para mais uma prova nesta minha Serra, o DuraTrail, já no dia 25 de Outubro!

Boas corridas!

Ps: As fotos da prova foram retiradas daqui.

09/09/2014

O que nos motiva.

No passado mês de Agosto, decidi lançar um desafio aos meus amigos do Instagram: correrem uma determinada distância durante o mês de Setembro. A distância foi dada a cada pessoa de acordo com o que correm normalmente e, para algumas delas, a pensar que seria uma boa forma de começarem a correr. Alguns já começaram a percorrer os kms, outros ainda não. Mas houve uma coisa que me chamou a atenção: o medo (ou vergonha) que algumas pessoas tinham, não de correr, mas de o fazerem sozinhas.

Quando vim trabalhar para Lisboa e me vi sentado 8horas por dia em frente a um computador, comecei a engordar e já me sentia desconfortável quando estava sentado e com as roupas a ficarem apertadas. Foi então que decidi começar a correr. Fui comprar uns calções, uns ténis e, aproveitando a proximidade do Parque das Nações, fiz-me à estrada. Fi-lo sozinho durante muito tempo, durante muitos kms. Comecei a fazê-lo porque queria emagrecer mas rapidamente se transformou noutra coisa: numa oportunidade!

Durante as minhas solitárias corridas tive a oportunidade de assentar ideias, tive a oportunidade de pensar no meu futuro, tive a oportunidade de delinear projetos, tive a oportunidade de me tornar mais saudável e, mais importante, tive oportunidade de me conhecer a fundo. Correr é mais do que acumular kms. Para mim, correr é voar. É sentir-me livre de tudo o que é problema, é saber que estou num momento que é só meu, onde apenas ouço os meus passos e os batimentos cardiacos nos timpanos. Há quem veja o ir correr como um sacrificio, porque, infelizmente, não conseguem ver para além do cansaço fisico e do suor. Também o vai haver, é verdade, mas digamos que é um pequeno preço a pagar pelo momento de libertação total que vamos usufruir.

Recentemente, fui treinar para a Pista de Atletismo Municipal Prof. Moniz Pereira e, num dos corredores, dei de caras com a seguinte frase: "Na corrida não há operários e doutores; somos todos corredores..." por José Man. E eu não podia concordar mais com ela. Quando estamos a correr é frequente cruzarmo-nos com outros corredores e a única coisa que sabemos é que vem ali outro corredor, igualmente ofegante, igualmente transpirado, sem gravata, sem fato, sem pasta, sem algo que o diferencie de todos os outros corredores. E tanto pode ser o padeiro da esquina como o presidente de uma grande empresa. Na estrada, nos trilhos, na pista, na corrida, somos todos iguais, todos seres humanos que querem e precisam do seu tempo de liberdade.

E vocês, o que os motiva a correr?


03/09/2014

A caminho da primeira maratona.

Ontem foi dia de fazer um treino mais longo. Como falta um mês para a maratona, chegou o momento daquele treino na casa dos 30kms. Era esse o objetivo, mas, e como às 21h já está bem escuro, acabei por fazer apenas 25kms. O que não foi mau. Deu para perceber que, a continuar a treinar bem, conseguirei atingir um tempo muito próximo daquilo que quero: sub 4h.

Comecei quase às 19h, depois de sair do trabalho, saindo do parque das nações, seguindo pela marginal e voltando para trás em frente à estação de Santa Apolónia. Fui sempre a um bom ritmo, aliás, a um ritmo rápido demais (5'18", quando queria ir sempre a 5'30") e no final só abrandei porque estava muito escuro e estava com medo de tropeçar em alguma coisa ou enfiar um pé nalgum buraco (o que me aconteceu uma vez, mas sem me magoar a sério). Uma vez que a maratona vai ser durante a manhã, e não durante a tarde com o tempo sempre a arrefecer, no próximo domingo vou fazer novo treino longo, desta vez para atingir mesmo os 30-32kms.

Outra coisa que me prejudicou um pouco o treino foi a tshirt que estava a utilizar, que, ao fim de 12kms, me estava a magoar imenso o mamilo direito. O facto de não levar abastecimento suficiente (apenas água) e de ao longo do dia e noite anterior não ter feito uma alimentação adequada, também fizeram com que a partir dos 21-22kms começasse a sentir os musculos a quererem "comer" e a não terem onde o fazer. Felizmente, e para grande alegria minha, os sapatos que comprei recentemente (Nike Structure 17, pronador) estão a cumprir as expectativas e consegui acabar o treino sem dores nos pés, canelas e as poucas marcas que tinha nos pés (pequenas bolhas) são o normal de corridas de longa distância.

Acima de tudo, foi um bom treino para perceber se o corpo e mente estão preparados para o que aí vem, e se o tempo que meti como objetivo é exequível. Acho que a resposta é positiva para ambos os casos.

Deixo aqui o percurso e os parciais do treino de ontem.


O percurso, sempre pela marginal, é sempre uma boa opção.
2h36' para 25kms, parece-me que dá para fazer 42 em menos de 4h.

A partir do km 22, houve zonas em que fui mesmo a andar, porque não conseguia ver o chão.
Foi onde acabei por meter metade do pé em cima de um degrau e outra metade fora, quase caindo.