Corre mais rápido!

Aqui partilhamos todas as nossas provas e treinos e muitas outras coisas sobre o mundo da corrida...

28/11/2014

Olha a publicidade...

Decidi criar um projeto novo, virado para o trail running.

Continuarei a vir aqui falar de assuntos de corrida de estrada, bem como das corridas em que o alcatrão for o que me guia.

Quem quiser dar por lá um pulinho, sinta-se à vontade.


23/11/2014

O que é que o trail tem que a estrada não tem?



Num lar de idosos, um senhor e uma senhora que eram viúvos, decidiram começar a namorar. Ao fim de algum tempo de namoro, ele disse-lhe que gostava de avançar mais um pouco e tentar relações sexuais. Ela disse-lhe que não podia ser, por causa da sua anca. Então, ele sugeriu-lhe que ela o masturbasse. Ela acedeu a esse pedido e, a partir desse dia, todas as quartas-feiras a seguir ao lanche, lá iam até ao quarto dela para brincarem um pouco. Certo dia ele não apareceu à hora marcada e a senhora foi à procura dele. Quando chegou ao quarto dele, lá estava ele, mas com outra senhora a masturbá-lo. A senhora passou-se e começou a gritar “Como é que foste capaz de fazer isto? Depois de tanto tempo juntos! Depois de tudo o que eu fiz! Diz-me, diz-me lá o que é que essa tem que eu não tenho?!”. Ao que ele respondeu: “Parkinson”.

E é isto, trail tem Parkinson! Excita mais!













O conquistador dos Trilhos de São João das Lampas

13/11/2014

Há coisas que só os corredores entendem...

Não posso falar por todas as pessoas, mas acredito que a muitos aconteça o mesmo que a mim.
Muitas são as vezes em que as pessoas me perguntam qual o interesse em correr; em estar ali entre 30 a 5h a correr, sabendo que não vamos ganhar nada; por que é que corres duas maratonas num mês; se não estava melhor na cama, num sábado ou num domingo de manhã; e, verdade seja dita, já cheguei à conclusão que não me vale de grande coisa tentar explicar. Há coisas que só quem corre é que entende.

Eu já não sei o que é ter umas unhas dos pés imaculadas, eu já não sei o que é uma segunda-feira sem ter as pernas doridas, eu já não sei o que é um fim de semana sem uma corrida (vá, agora sei porque estou lesionado e não corro desde a maratona do Porto, mas é só para não estragar o romantismo à coisa), eu já não sei o que é uma manhã de ronha na cama com a namorada!!

Quando uma pessoa começa a correr e se deixa morder pelo bichinho, rapidamente começa a delinear planos de treinos, planos de provas, objetivos concretos a nivel de distâncias e tempos. E como estes objetivos não se alcançam sem esforço e muita dedicação, quando chega a "hora H", damos tudo por tudo para o atingir. Às vezes, damos até mais do que aquilo que achamos que temos. Seja que distância for, queremos cruzar aquela meta, queremos saber que o nosso esforço valeu a pena, queremos sentir aquela sensação enorme de realização dentro de nós, que nos inunda de tal forma que, em alguns casos, não contemos as lágrimas.

Já corri todas as distâncias de estrada até aos miticos 42,195kms, e sempre que completei pela primeira vez uma distância nova, senti-me no topo do mundo. Confesso que foi na maratona de Lisboa que mais me emocionei, por todo o trabalho e sacrificio que fiz.

Agora, deixo-vos um video que já todos devem conhecer, que todos devem entender e que a todos vai arrepiar. Caso não sejam corredores, pode ser que o video vos responda a algumas perguntas.



06/11/2014

Missão Meia Maratona dos Descobrimentos

Um dos aspectos que mais gosto na corrida é a forma como, perdida a forma física, voltamos a olhar para objectivos simples com a mesma paixão com que víamos, em pleno pico de forma, o bater de um PBT.

No meu caso, a grande aventura para Dezembro vai ser terminar a Meia Maratona dos Descobrimentos abaixo de 1h50min. Sim, eu sei, é um objectivo bastante mais comedido do que um UTCMQQCA - Ultra Trail Com Mais Quilómetros que Certas Auto-estrada, mas um paterfamilias tem que começar por algum lado após três meses de noites mal dormidas, não é?

Assim, para quem anda a fazer regularmente treinos não abaixo dos 05:20/km, isso pede um pouco mais de esforço e obriga a introduzir algumas mudanças na rotina de treinos.

Este video ilustra bem o que tenho passado.
Pronto, eu sei, exagero. obviamente que não ando para ai
a correr com um cão com uma mantinha panisgas para o proteger do frio, 
Mas de resto é igual... cof cof...

Assim, desde a semana passada, seguindo o método Rocky Balboa aplicado à corrida de fundo, inclui um treino de fartlek armado em intervalos por semana. O objectivo é o de aprimorar a velocidade, para tornar possível fazer a Meia Maratona a ritmos de 05:10 e acabar confortável.

Parciais das sessões de tortura fartlekeira da semana passada e desta.
Para a semana a ideia é passar aos 4min a intensidade 5 com 1 min de recuperação (x3)

Como o objectivo e´correr uma Meia Maratona e não a XVIII milha urbana de Alguidares de Baixo, irei ainda, aos fins de semana, introduzir longuitos de 10km esta semana e de 15km na próxima, para testar como reage o corpo a uma passada próxima dos 05:10, para, na Meia Maratona, fazer algo muito semelhante ao plano abaixo

Fonte: coolrunning

03/11/2014

XI Maratona do Porto 2014 - Report by Mustache


Quem corre, seja que distância for, sabe que não há uma corrida igual.

E se isto já é assim numa corrida de 10kms, numa maratona, ainda é mais evidente.

Se a minha primeira maratona, a de Lisboa no dia 5 Outubro de 2014, me correu maravilhosamente, a do Porto, no passado dia 2 de Novembro, correu-me francamente mal. E se eu estivesse mais atento aos sinais que fui recebendo, poderia ter antecipado a desastre.

Começou logo em Lisboa, com o atraso do comboio. Estava previsto sair às 9:39, mas só depois das 10horas é que arrancámos. Como ia e regressava de comboio, comprei bilhetes em 1ª classe, para poder esticar as pernas à vontade no meu regresso. Ora, a carruagem tinha mais de 100 lugares, sendo que estavam cerca de 10 pessoas lá dentro, mas a verdade é que quando chego ao meu lugar, estava já um gajo lá sentado, mochila noutro banco e jornal a ocupar a mesa toda. Como boa pessoa que sou (estúpido, vá), disse-lhe que podia ficar e que eu e a minha namorada ficaríamos nos bancos de frente para ele. Tivesse o outro gajo dois dedos de testa, e teria saído dali e ido para o lugar dele, mas não. Não só continuou a ocupar espaço que não lhe pertencia, como usurpou por completo a mesa, esticava as pernas como se não estivessem ali outras pessoas e ainda punha os sapatos em cima dos bancos. Isto é ainda pior tendo em conta que o gajo pesava mais de 100kgs.

Chegados ao hotel, mando mensagem a um amigo a perguntar onde é que ele estava. Disse que a levantar o dorsal e que não davam a tshirt já, só depois de passar a meta, e que a que estavam a dar era uma de algodão. A minha reação não foi das melhores, pois não vinha a contar com tal situação e, por isso, não trouxe outra tshirt técnica. A verdade é que gosto de correr com a tshirt do evento, salvo raras exceções em que decido levar uma especifica para aquela prova. Assim, mal cheguei ao Porto e fiquei a saber que não tinha nenhuma tshirt para a prova. Rápida leitura no regulamento da prova e vejo lá que a tshirt oficial da prova seria entregue com os kits de levantamento e que os atletas deveriam correr com ela vestida. Assim, ia com intenção de pedir justificações à organização e exigir a minha tshirt. Antes do assunto estar resolvido, falei com, pelo menos, 4 pessoas. Fiquei a saber que eu fui o primeiro atleta a reclamar pela situação; que, de facto, o regulamento poderia indicar que ofereceriam a tshirt antes da prova; que se quisesse podia usar o livro de reclamações, mas que não o fiz, optando apenas por enviar um email à organização expondo o problema e sugerindo uma alteração no regulamento, indicando que a tshirt inicial é de algodão. Ao fim de muito tempo de conversa, e de um telefonema, lá me dizem que me vão oferecer uma tshirt técnica para eu não ter que gastar dinheiro a comprar outra. Deram-me a da Corrida da Família 16kms, que é bastante boa e que usei durante a prova sem qualquer tipo de problema.

Dia da corrida. Pequeno-almoço tomado, tudo preparado e à porta do hotel à espera dos que iam partir comigo. Deu para encontrar o grande João Campos e tirar uma foto às barbas, encontrar 3 Pernas de Gafanhotos e ver a alegria de grupos a tirar fotografias. Sabendo de antemão que não fazia menos de 3h45’, parti do bloco mais atrás de todos. 3metros atrás, estavam os atletas dos 16kms, com umas grandes a impedir que avançassem. Quando faltam 5 minutos para a corrida começar, vejo um mar de gente a passar por mim e a tentarem furar até lá mesmo à frente: eram os atletas dos 16kms. Não posso concordar com esta decisão da organização. Já se sabia que, ao tirarem as grades antes da partida, os atletas iriam querer uma melhor posição de partida, mas a verdade é que isto afetou as posições dos atletas da maratona. Não custava nada que só deixassem sair depois dos atletas da maratona terem passado a partida, permitindo que pudessem ter um inicio mais confortável. Assim, para além de ter que andar durante algum tempo, tive que ultrapassar quem não esperava ter de ultrapassar e, em alguns casos, ir quase parado porque eram muitas pessoas a quererem passar em estradas estreitas ou em obras. E foi assim até ao km 14, local onde atletas dos 16kms e da maratona seguiam caminhos diferentes.

A prova. Correu conforme esperado até ao km21, fazendo um tempo de 1h55’. Era o que queria. Ao contrário da de Lisboa, queria guardar-me mais na primeira parte e acelerar mais na segunda. Por volta do km18 vi o pace das 4horas e pensei que o seguiria até aos 35kms, onde depois o ultrapassaria. Mas a verdade é que a partir dos km23 comecei a ir abaixo, as pernas não davam para mais e a cada passo sentia-as mais pesadas. A juntar a isto, uma vontade de urinar, que já vinha desde o km19, ajudou ainda mais à festa, criando-me um enorme mau-estar. Por esta altura, já ia ao lado do rio, e era-me de todo impossível para num sítio para me aliviar. Pensei em aguentar até ao km 20, onde haveria casas de banho, mas ao passar por lá, nada, não havia. Olhando em volta, em desespero, vejo-as ao longe, ao km 25 e do outro lado do rio. Assim que lá cheguei, entrei e foi um alívio enorme. No entanto, os estragos estavam feitos, tanto a nível físico como a nível anímico. A partir daí arrastei-me o resto da prova. Ao km30 ia com menos de 3h e por momentos pensei que, se o organismo conseguisse dar a volta, que ainda conseguia ficar muito perto das 4h, quem sabe, abaixo. Mas o corpo não recuperou, a mente não ajudou e terminei a prova em 4h32’. Foram quase duas horas para fazer 12,195kms. Mas terminei a prova, lutei até ao fim e venci-a! Sofri a bom sofrer. Não me lembro de alguma vez me ter sujeitado a tanto sofrimento durante tanto tempo, sabendo que se estava a sofrer, bastava parar, desistir, entrar numa daquelas tendas com a cruz vermelha e pedir que me levassem até à meta. Mas não, mostrei a mim mesmo que a resiliência está em nós e que nos aparece quando mais precisamos dela. O que me fez terminar a prova, o que me levou do km30 ao km42,195 não foram as pernas nem a mente, foi o coração. Aquele sentimento que só quem corre uma maratona conhece. Cruzei a meta a correr, de braços no ar e lágrimas a correr. Felizmente demorei tempo suficiente para que a chuva caísse sobre nós com grande intensidade, disfarçando-as. Depois, recebi um beijo da minha namorada, um abraça de um amigo que se deslocou até lá para me ver, e dois hi-fives do João Campos. Fui buscar a medalha e as oferendas finais.

Após a corrida. Mais de uma hora a tentar encontrar a namorada, que não encontrei. Quando finalmente lhe consegui ligar (do telemóvel de um estranho, pois ela tinha guardado o meu depois da meta), já ela estava no hotel. Apanhei o autocarro para lá, cheguei já depois da hora do checkout, mas mesmo assim, deixaram-me subir para tomar um banho (Obrigado, HF Tuela Porto). Depois do banho, enfiar-me debaixo dos lençóis e cobertores, pois estava a entrar num estado de hipotermia em que já nem conseguia segurar o queixo e já não tinha cor. Descemos, fomos ao Capas Negras II comer uma francesinha, descansar nos sofás do centro comercial, apanhar um táxi para a estação dos comboios com um senhor que nos contou a história de como este ano ainda não lhe tinham oferecido castanhas, rezámos para que os nossos lugares estivessem desocupados e regressámos a Lisboa.

Só quando cheguei a casa é que abri o saco das oferendas, e não pude deixar de largar uma gargalhada enorme. Os sacos, oferecidos aleatoriamente de acordo com os tamanhos das tshirts, continham uma garrafa de Vinho do Porto, uma tshirt e os panfletos da praxe, mas o meu era diferente, e chamem-lhe o que quiserem, mas a verdade é que no meu saco estavam lá duas tshirts!

Veredito final. Foi uma prova cheia de altos e baixos; uma prova que me custou imenso mas que a terminei; apanhei umas das maiores molhas de sempre; não achei o percurso nada de especial, muito repetitivo, uma vez que passávamos sempre nos mesmos sítios; muito pouco público nas ruas a puxar pelos atletas; talvez seja uma prova a repetir, só para me poder vingar do tempo que fiz.