Corre mais rápido!

Aqui partilhamos todas as nossas provas e treinos e muitas outras coisas sobre o mundo da corrida...

31/12/2014

Contem-me o que fizeram no fim-de-semana passado? by Fiona & bluesboy

Lembram-se daquele famoso filme que tinha qualquer coisa a ver com o que fizeram no Verão passado? Pois bem, eu e o bluesboy queremos contar-vos aquilo que fizemos no fim-de-semana passado...

Bem... Nós e mais 9999 pessoas na cidade de Lisboa! Já estão mesmo a ver sobre aquilo que vamos escrever: a nossa participação da edição deste ano da El Corte Inglés São Silvestre de Lisboa!

(Nós os dois e mais 9999 pessoas sim... Porque a Jéssica Augusto esteve presente em modo duplo... Vai ser mamã! Muitos parabéns!!)


A subida da Avenida da Liberdade pela Fiona

Dezembro é talvez aquele mês em que me dá maior prazer correr. Eu sou uma pessoa que gosta de Inverno (não de chuva, São Pedro, escusas de começar a ter já ideias!). O frio não aparece como entrave para mim ao nível da corrida e costuma ser nesta altura do ano que consigo ter os melhores resultados. E o mês de Dezembro é sinónimo de participação na tradicional São Silvestre de Lisboa (Amadora... Tu que és talvez uma das mais tradicionais... Quem sabe para o ano?) em que se alia a corrida na Baixa Lisboeta às típicas iluminações de Natal que abundam nesta fase do ano. 

Como devem ter reparado, nos últimos tempos tenho andado afastada das lides blogosféricas e quase totalmente afastada das lides da corrida, ainda que contra a minha vontade. Este final de ano tem sido uma aventura de trabalho e o cansaço tem-me levado a melhor mas espero que o ano de 2015 seja mais calmo a este nível e que me possa voltar a dedicar à corrida de que tanto gosto da forma que mais me dá prazer. 

No passado sábado foi altura de rumar aos Restauradores para mais 10km feitos num final de tarde frio de Dezembro. As expectativas eram algumas para esta prova. Habitualmente, a HMS não desilude daquilo que esperamos das provas por eles organizadas e a deste ano não foi excepção. A meu ver, talvez tenha sido uma das provas mais bem organizadas em que participei e que vem provar que a HMS tem, cada vez mais, se afirmado como organizadora de provas de excelência e em que são os primeiros a admitir que as coisas possam ter corrido menos bem quando isso acontece. Acho que a partida por blocos de tempo foi uma ideia bem conseguida e que ajudou a fazer a transição da Rua do Ouro para a Rua do Arsenal de uma forma um pouco menos atribulada do que em edições anteriores. Apesar disso, as quedas de corredores (possivelmente menos experientes nestas andanças) voltou a verificar-se a provar que correr na cidade de Lisboa e, principalmente, na parte mais antiga, deve ser feito com o maior cuidado e sempre com o olhar bem atento. Outro momento bem simpático que destaco foi o hino cantado pela Cuca Roseta antes da partida. Deixo aqui também a ressalva para o ponto positivo de assinalamento de cada km com um balão luminoso, permitindo-nos fazer um acompanhamento da distância de uma forma muito mais visível. Muito bem conseguido, do meu ponto de vista! Abastecimentos com fartura e uma medalha muito bonita a deste ano!

Medalha da São Silvestre em modo blink blink 

Quanto à minha prova, devo dizer que passei a meta com um sentimento de "dever cumprido" e bastante orgulhosa. Posso em muito agradecer ao meu pacer, bluesboy, que me ajudou a manter o ritmo durante toda a distância e a não fazer asneiras, levada pelo entusiasmo inerente a uma corrida destas. A falta de treino e os doces natalícios ingeridos nesta quadra quase nada se fizeram sentir e consegui baixar mais de 6 minutos em relação à última prova de 10km em que participei: na Corrida do Aeroporto em Outubro havia feito um tempo de 1h09'24'' e o tempo de chip na São Silvestre 2014 foi de 1h03'05'' (o tempo no último km foi de 4'46''... abençoada descida!!).

Venha agora 2015 com muitos e bons quilómetros em que a primeira prova será o Fim da Europa!



A visita à estátua do Sebastião José pelo bluesboy

No passado Sábado corri a última prova do ano, na já tradicional romaria à Baixa lisboeta, para fazer os 10 quilómetros da São Silvestre de Lisboa. Dados os excessos alimentícios que a quadra natalícia obrigam e à falta de treinos, fiz a prova a rebocar a Fiona , até ao quilómetro 9. 

O principal destaque desta edição vai inteiramente para a soberba capacidade organizativa demonstrada pela HMS Sports. Em sete anos de corridas, foi, sem sombra de dúvidas, a melhor prova em que participei, se centrar o foco de análise apenas nos aspectos logísticos e de organização do evento. 



São aspectos como estes que caracterizam uma organização desportiva de excelência e que deveriam nortear os de ais organizadores de provas de atletismo neste país:
  • Levantamento expedito do dorsal
  • Casas de banho em número mais do que suficiente na partida
  • Partidas por vagas, tornando um evento com 10.000 participantes muito mais fluido
  • Marcadores quilométricos bem visíveis (balões luminosos - excelente ideia)
  • Voluntários genuinamente entusiasmados em participar e ajudar na prova
  • Kit de chegada adequado, com o extra da manta de plástico, um miminho raro em provas portuguesas (e não me venham com a treta do clima temperado, dado que somos o país na Europa onde se morre mais de frio)
  • Buff de polar dado no levantamento do dorsal. Um extra simples, eficaz e muito útil para os treinos de Inverno
Uma nota especial de apreço para o voluntário que estava no início da Praça do Comércio a sinalizar uma lomba de plástico que sorrateiramente perigava a postura erecta dos atletas gritando “lomba!” à nossa passagem. Desejo que após cerca de 1.800 exclamações da expressão “lomba!” (meus cálculos) já esteja recuperado e sem quaisquer sinais de stress pós lombático., pronto para os desafios que 2015 certamente lhe trarão.

Quanto à minha prova, como referi, os primeiros nova quilómetros foram em regime de marca passo da Fiona, o quilómetro 10 foi feito em 04:13, o que em muito se deve aos últimos quilómetros “ravina abaixo” que têm pautado os meus (poucos) treinos ultimamente.

03/12/2014

Estou vivo!

Bem sei que tenho andado desaparecido aqui deste canto na blogosfera, mas ainda estou vivo!

Vamos então lá actualizar isto!

Desde a minha ultima publicação (Trail Noturno das Lebres), as coisas estavam bem encaminhadas, estava a começar a sentir-me num pico de forma, e os treinos andavam todos a correr lindamente, até que um dia, após um treino os alarmes dispararam.... LESÃO! Bah... sinceramente nem sei como a fiz, nem sei bem que lesão foi... ocorreu após um excelente treino no dia da Maratona de Lisboa, tinha acabado de fazer 17km. Fui para casa, dei um belo de um duche... e quando o corpo começou a arrefecer, comecei a sentir uma dor no pé direito, que simplesmente não me deixava pousar o mesmo! Massagens, pomadas, gelo, repouso... foi assim até ao DuraTrail.

Chegamos então à primeira de duas provas que realizei durante a minha ausência.

Basicamente estive um mês sem treinar, o que lá levou o meu pico de forma embora... ainda consegui correr uma vez ou outra, sempre com uma dor no pé... mas a coisa parecia bem encaminhada.




O Duratrail... que posso dizer sobre esta prova? Está no meu TOP das provas que já fiz... e merece uma publicação só sobre ela, por isso não me vou alongar muito.

O percurso foi muito idêntico ao do ano passado, mas a organização conseguiu melhorar! Se já tinha gostado o ano passado, este ano gostei ainda mais!

Estava inscrito para fazer os 35km, mas infelizmente, a partir dos 10, começou-me a doer o pé novamente... e com isso vieram logo de seguida as minhas querias cãibras... bem, arrastei-me até à divisão dos 25 com os 35, e ai optei por fazer a mais curta! Entre corrida e caminhada lá terminei a prova, com um tempo bem pior que o ano passado... mas terminei!

Passaram-se mais umas semanas entre repouso, massagens, etc., até ao Trail de Casainhos.


Já me tinham falado bem desta prova, e muito pela influencia de alguns companheiros de corrida, lá me aventurei, afinal de contas eram só 15km!

Também não me vou alongar muito, pois vou ver se consigo fazer uma publicação para esta prova também.

Mas começando pelo inicio, uma enorme carga de agua, antes e durante os primeiros minutos da prova! Um percurso bastante simpático, que muito provavelmente irei voltar a andar por lá em treinos...
Quanto a minha prestação, fui sempre com medo que a dor do pé voltasse, mas felizmente não me incomodou! Não foi a minha melhor prestação, pois a forma estava ainda pior que no Duratrail, mas também não foi assim tão mal de todo! A prova serviu essencialmente para ver como estava da lesão e meter a conversa ideia com os amigos do trail!

Desde ai, as coisas também não evoluíram muito, mas principalmente por falta de tempo! Volta e meia sinto uma dor no pé, mas quando vou correr, aquecendo bem antes, e alongando bem no final, não tem dado sinais, só mesmo de manhã quando acordo.

O próximo desafio será então o Trail do Cabo Espichel, que já participei no ano anterior. Não vou com ideias de fazer uma grande prova, até porque como já disse, os treinos têm sido escassos. Vai ser um passeio no campo, para começar a preparar 2015! :-)

Por agora é tudo. Vamos lá ver se não fico tanto tempo sem dar sinais de vida... :-)

Boas corridas!!

Ps: Fotos retiradas dos respectivos facebook's das provas.

28/11/2014

Olha a publicidade...

Decidi criar um projeto novo, virado para o trail running.

Continuarei a vir aqui falar de assuntos de corrida de estrada, bem como das corridas em que o alcatrão for o que me guia.

Quem quiser dar por lá um pulinho, sinta-se à vontade.


23/11/2014

O que é que o trail tem que a estrada não tem?



Num lar de idosos, um senhor e uma senhora que eram viúvos, decidiram começar a namorar. Ao fim de algum tempo de namoro, ele disse-lhe que gostava de avançar mais um pouco e tentar relações sexuais. Ela disse-lhe que não podia ser, por causa da sua anca. Então, ele sugeriu-lhe que ela o masturbasse. Ela acedeu a esse pedido e, a partir desse dia, todas as quartas-feiras a seguir ao lanche, lá iam até ao quarto dela para brincarem um pouco. Certo dia ele não apareceu à hora marcada e a senhora foi à procura dele. Quando chegou ao quarto dele, lá estava ele, mas com outra senhora a masturbá-lo. A senhora passou-se e começou a gritar “Como é que foste capaz de fazer isto? Depois de tanto tempo juntos! Depois de tudo o que eu fiz! Diz-me, diz-me lá o que é que essa tem que eu não tenho?!”. Ao que ele respondeu: “Parkinson”.

E é isto, trail tem Parkinson! Excita mais!













O conquistador dos Trilhos de São João das Lampas

13/11/2014

Há coisas que só os corredores entendem...

Não posso falar por todas as pessoas, mas acredito que a muitos aconteça o mesmo que a mim.
Muitas são as vezes em que as pessoas me perguntam qual o interesse em correr; em estar ali entre 30 a 5h a correr, sabendo que não vamos ganhar nada; por que é que corres duas maratonas num mês; se não estava melhor na cama, num sábado ou num domingo de manhã; e, verdade seja dita, já cheguei à conclusão que não me vale de grande coisa tentar explicar. Há coisas que só quem corre é que entende.

Eu já não sei o que é ter umas unhas dos pés imaculadas, eu já não sei o que é uma segunda-feira sem ter as pernas doridas, eu já não sei o que é um fim de semana sem uma corrida (vá, agora sei porque estou lesionado e não corro desde a maratona do Porto, mas é só para não estragar o romantismo à coisa), eu já não sei o que é uma manhã de ronha na cama com a namorada!!

Quando uma pessoa começa a correr e se deixa morder pelo bichinho, rapidamente começa a delinear planos de treinos, planos de provas, objetivos concretos a nivel de distâncias e tempos. E como estes objetivos não se alcançam sem esforço e muita dedicação, quando chega a "hora H", damos tudo por tudo para o atingir. Às vezes, damos até mais do que aquilo que achamos que temos. Seja que distância for, queremos cruzar aquela meta, queremos saber que o nosso esforço valeu a pena, queremos sentir aquela sensação enorme de realização dentro de nós, que nos inunda de tal forma que, em alguns casos, não contemos as lágrimas.

Já corri todas as distâncias de estrada até aos miticos 42,195kms, e sempre que completei pela primeira vez uma distância nova, senti-me no topo do mundo. Confesso que foi na maratona de Lisboa que mais me emocionei, por todo o trabalho e sacrificio que fiz.

Agora, deixo-vos um video que já todos devem conhecer, que todos devem entender e que a todos vai arrepiar. Caso não sejam corredores, pode ser que o video vos responda a algumas perguntas.



06/11/2014

Missão Meia Maratona dos Descobrimentos

Um dos aspectos que mais gosto na corrida é a forma como, perdida a forma física, voltamos a olhar para objectivos simples com a mesma paixão com que víamos, em pleno pico de forma, o bater de um PBT.

No meu caso, a grande aventura para Dezembro vai ser terminar a Meia Maratona dos Descobrimentos abaixo de 1h50min. Sim, eu sei, é um objectivo bastante mais comedido do que um UTCMQQCA - Ultra Trail Com Mais Quilómetros que Certas Auto-estrada, mas um paterfamilias tem que começar por algum lado após três meses de noites mal dormidas, não é?

Assim, para quem anda a fazer regularmente treinos não abaixo dos 05:20/km, isso pede um pouco mais de esforço e obriga a introduzir algumas mudanças na rotina de treinos.

Este video ilustra bem o que tenho passado.
Pronto, eu sei, exagero. obviamente que não ando para ai
a correr com um cão com uma mantinha panisgas para o proteger do frio, 
Mas de resto é igual... cof cof...

Assim, desde a semana passada, seguindo o método Rocky Balboa aplicado à corrida de fundo, inclui um treino de fartlek armado em intervalos por semana. O objectivo é o de aprimorar a velocidade, para tornar possível fazer a Meia Maratona a ritmos de 05:10 e acabar confortável.

Parciais das sessões de tortura fartlekeira da semana passada e desta.
Para a semana a ideia é passar aos 4min a intensidade 5 com 1 min de recuperação (x3)

Como o objectivo e´correr uma Meia Maratona e não a XVIII milha urbana de Alguidares de Baixo, irei ainda, aos fins de semana, introduzir longuitos de 10km esta semana e de 15km na próxima, para testar como reage o corpo a uma passada próxima dos 05:10, para, na Meia Maratona, fazer algo muito semelhante ao plano abaixo

Fonte: coolrunning

03/11/2014

XI Maratona do Porto 2014 - Report by Mustache


Quem corre, seja que distância for, sabe que não há uma corrida igual.

E se isto já é assim numa corrida de 10kms, numa maratona, ainda é mais evidente.

Se a minha primeira maratona, a de Lisboa no dia 5 Outubro de 2014, me correu maravilhosamente, a do Porto, no passado dia 2 de Novembro, correu-me francamente mal. E se eu estivesse mais atento aos sinais que fui recebendo, poderia ter antecipado a desastre.

Começou logo em Lisboa, com o atraso do comboio. Estava previsto sair às 9:39, mas só depois das 10horas é que arrancámos. Como ia e regressava de comboio, comprei bilhetes em 1ª classe, para poder esticar as pernas à vontade no meu regresso. Ora, a carruagem tinha mais de 100 lugares, sendo que estavam cerca de 10 pessoas lá dentro, mas a verdade é que quando chego ao meu lugar, estava já um gajo lá sentado, mochila noutro banco e jornal a ocupar a mesa toda. Como boa pessoa que sou (estúpido, vá), disse-lhe que podia ficar e que eu e a minha namorada ficaríamos nos bancos de frente para ele. Tivesse o outro gajo dois dedos de testa, e teria saído dali e ido para o lugar dele, mas não. Não só continuou a ocupar espaço que não lhe pertencia, como usurpou por completo a mesa, esticava as pernas como se não estivessem ali outras pessoas e ainda punha os sapatos em cima dos bancos. Isto é ainda pior tendo em conta que o gajo pesava mais de 100kgs.

Chegados ao hotel, mando mensagem a um amigo a perguntar onde é que ele estava. Disse que a levantar o dorsal e que não davam a tshirt já, só depois de passar a meta, e que a que estavam a dar era uma de algodão. A minha reação não foi das melhores, pois não vinha a contar com tal situação e, por isso, não trouxe outra tshirt técnica. A verdade é que gosto de correr com a tshirt do evento, salvo raras exceções em que decido levar uma especifica para aquela prova. Assim, mal cheguei ao Porto e fiquei a saber que não tinha nenhuma tshirt para a prova. Rápida leitura no regulamento da prova e vejo lá que a tshirt oficial da prova seria entregue com os kits de levantamento e que os atletas deveriam correr com ela vestida. Assim, ia com intenção de pedir justificações à organização e exigir a minha tshirt. Antes do assunto estar resolvido, falei com, pelo menos, 4 pessoas. Fiquei a saber que eu fui o primeiro atleta a reclamar pela situação; que, de facto, o regulamento poderia indicar que ofereceriam a tshirt antes da prova; que se quisesse podia usar o livro de reclamações, mas que não o fiz, optando apenas por enviar um email à organização expondo o problema e sugerindo uma alteração no regulamento, indicando que a tshirt inicial é de algodão. Ao fim de muito tempo de conversa, e de um telefonema, lá me dizem que me vão oferecer uma tshirt técnica para eu não ter que gastar dinheiro a comprar outra. Deram-me a da Corrida da Família 16kms, que é bastante boa e que usei durante a prova sem qualquer tipo de problema.

Dia da corrida. Pequeno-almoço tomado, tudo preparado e à porta do hotel à espera dos que iam partir comigo. Deu para encontrar o grande João Campos e tirar uma foto às barbas, encontrar 3 Pernas de Gafanhotos e ver a alegria de grupos a tirar fotografias. Sabendo de antemão que não fazia menos de 3h45’, parti do bloco mais atrás de todos. 3metros atrás, estavam os atletas dos 16kms, com umas grandes a impedir que avançassem. Quando faltam 5 minutos para a corrida começar, vejo um mar de gente a passar por mim e a tentarem furar até lá mesmo à frente: eram os atletas dos 16kms. Não posso concordar com esta decisão da organização. Já se sabia que, ao tirarem as grades antes da partida, os atletas iriam querer uma melhor posição de partida, mas a verdade é que isto afetou as posições dos atletas da maratona. Não custava nada que só deixassem sair depois dos atletas da maratona terem passado a partida, permitindo que pudessem ter um inicio mais confortável. Assim, para além de ter que andar durante algum tempo, tive que ultrapassar quem não esperava ter de ultrapassar e, em alguns casos, ir quase parado porque eram muitas pessoas a quererem passar em estradas estreitas ou em obras. E foi assim até ao km 14, local onde atletas dos 16kms e da maratona seguiam caminhos diferentes.

A prova. Correu conforme esperado até ao km21, fazendo um tempo de 1h55’. Era o que queria. Ao contrário da de Lisboa, queria guardar-me mais na primeira parte e acelerar mais na segunda. Por volta do km18 vi o pace das 4horas e pensei que o seguiria até aos 35kms, onde depois o ultrapassaria. Mas a verdade é que a partir dos km23 comecei a ir abaixo, as pernas não davam para mais e a cada passo sentia-as mais pesadas. A juntar a isto, uma vontade de urinar, que já vinha desde o km19, ajudou ainda mais à festa, criando-me um enorme mau-estar. Por esta altura, já ia ao lado do rio, e era-me de todo impossível para num sítio para me aliviar. Pensei em aguentar até ao km 20, onde haveria casas de banho, mas ao passar por lá, nada, não havia. Olhando em volta, em desespero, vejo-as ao longe, ao km 25 e do outro lado do rio. Assim que lá cheguei, entrei e foi um alívio enorme. No entanto, os estragos estavam feitos, tanto a nível físico como a nível anímico. A partir daí arrastei-me o resto da prova. Ao km30 ia com menos de 3h e por momentos pensei que, se o organismo conseguisse dar a volta, que ainda conseguia ficar muito perto das 4h, quem sabe, abaixo. Mas o corpo não recuperou, a mente não ajudou e terminei a prova em 4h32’. Foram quase duas horas para fazer 12,195kms. Mas terminei a prova, lutei até ao fim e venci-a! Sofri a bom sofrer. Não me lembro de alguma vez me ter sujeitado a tanto sofrimento durante tanto tempo, sabendo que se estava a sofrer, bastava parar, desistir, entrar numa daquelas tendas com a cruz vermelha e pedir que me levassem até à meta. Mas não, mostrei a mim mesmo que a resiliência está em nós e que nos aparece quando mais precisamos dela. O que me fez terminar a prova, o que me levou do km30 ao km42,195 não foram as pernas nem a mente, foi o coração. Aquele sentimento que só quem corre uma maratona conhece. Cruzei a meta a correr, de braços no ar e lágrimas a correr. Felizmente demorei tempo suficiente para que a chuva caísse sobre nós com grande intensidade, disfarçando-as. Depois, recebi um beijo da minha namorada, um abraça de um amigo que se deslocou até lá para me ver, e dois hi-fives do João Campos. Fui buscar a medalha e as oferendas finais.

Após a corrida. Mais de uma hora a tentar encontrar a namorada, que não encontrei. Quando finalmente lhe consegui ligar (do telemóvel de um estranho, pois ela tinha guardado o meu depois da meta), já ela estava no hotel. Apanhei o autocarro para lá, cheguei já depois da hora do checkout, mas mesmo assim, deixaram-me subir para tomar um banho (Obrigado, HF Tuela Porto). Depois do banho, enfiar-me debaixo dos lençóis e cobertores, pois estava a entrar num estado de hipotermia em que já nem conseguia segurar o queixo e já não tinha cor. Descemos, fomos ao Capas Negras II comer uma francesinha, descansar nos sofás do centro comercial, apanhar um táxi para a estação dos comboios com um senhor que nos contou a história de como este ano ainda não lhe tinham oferecido castanhas, rezámos para que os nossos lugares estivessem desocupados e regressámos a Lisboa.

Só quando cheguei a casa é que abri o saco das oferendas, e não pude deixar de largar uma gargalhada enorme. Os sacos, oferecidos aleatoriamente de acordo com os tamanhos das tshirts, continham uma garrafa de Vinho do Porto, uma tshirt e os panfletos da praxe, mas o meu era diferente, e chamem-lhe o que quiserem, mas a verdade é que no meu saco estavam lá duas tshirts!

Veredito final. Foi uma prova cheia de altos e baixos; uma prova que me custou imenso mas que a terminei; apanhei umas das maiores molhas de sempre; não achei o percurso nada de especial, muito repetitivo, uma vez que passávamos sempre nos mesmos sítios; muito pouco público nas ruas a puxar pelos atletas; talvez seja uma prova a repetir, só para me poder vingar do tempo que fiz.

30/10/2014

1º Trail Fluviário de Mora - Report

No dia 26 de Outubro houve o 1º Trail Fluviário de Mora, sendo também uma estreia minha neste tipo de corridas.

Como nunca tinha participado numa, ia apenas com intenção de apreciar ao máximo, de me divertir e tentar fazer o melhor tempo possível tendo em conta isso mesmo. Fui com bastante tempo antes para conviver com alguns amigos meus que iam participar e outros que iam apenas ver. Foi bom ver bastantes caras de pessoas da terra, ali, prontas a participar. Mora não é uma localidade muito grande, e sendo esta a primeira prova a acontecer, conseguiu juntar quase 150 atletas, repartidos pelas duas provas principais: 15kms e 30kms. Houve ainda uma caminhada de 6kms, onde também foi possível ver uma agradável moldura humana.

Às 9:15 partiram os atletas dos 30kms (estavam inscritos cerca de 40, apenas duas mulheres) e passados 15minutos os atletas dos 15kms (estavam inscritos 101 atletas). Parti com calma, sabendo de antemão que não ia ganhar a prova. Fui falando com outros atletas, tirando umas fotos e até parando para falar com pessoas conhecidas que estavam a ver a prova. Como atleta de estrada que sou, reparei que nas zonas mais técnicas era ultrapassado, mas nas zonas de estrada, era eu que conseguia impor um ritmo mais rápido. No posto de abastecimento, localizado perto do km 10, parei para beber uma água e comer uma frutinha. Havia ainda tostas, doce, coca-cola, entre outras coisas. Não sentindo necessidade de os comer, não o fiz. No entanto, ainda ali estive uns 3minutos na conversa e a pousar para as fotografias. Depois desta zona de abastecimento, o percurso era bastante mais técnico, onde era preciso ter mais cuidado onde se punham os pés e com zonas de single track (onde tinhamos de ir atrás uns dos outros). A prova acabou por ter apenas 14kms, e fi-la em cerca de 1h25'. Como já disse, fui numa de brincar e aproveitar o que este tipo de prova tem para oferecer, por isso, sei que podia ter feito um melhor tempo.

Quanto à organização, não tendo outras de comparação, apenas posso dizer que acho que algumas zonas deviam ter alguém da organização, ou estarem muito bem sinalizadas, para que os atletas não se enganassem no caminho. De resto, acho que foi uma manhã muito bem passada e estão todos de parabéns.

Foi bom ver que quem ganhou a prova dos 15kms foi um atleta da casa (pese, no entanto, ser um atleta de estrada) e que na prova dos 30kms, mais um atleta da casa conseguiu o 2º lugar. Dos atletas dos 30kms, apenas 20 terminaram a prova.

Com tempo, postarei aqui algumas fotos da prova e também falarei sobre o bichinho (vá, o bichão) do trail que ficou dentro de mim. Para já, ficam apenas com este testemunho.

29/10/2014

Tshirt S-Lab Sense Tank M - review by bluesboy

O último dos equipamentos do primeiro envio (sim, leram bem, vai vir charters de mais equipamento Salomon para testar) a ser revisto é esta tshirt técnica S-lab Tank M. Tive oportunidade de a testar três vezes, em Agosto, sempre em dias bastante quentes e garanto-vos que passei menos calor que em certos dias de Primavera.
















Imagens da S-Lab Sense Tank M (fonte http://www.castlebergoutdoors.co.uk)

Embora o meu porte físico não seja, de momento condizente com o modelo de tshirt em questão, é, realmente, uma excelente forma de correr em tronco nú, sem correr em tronco nú. Isso é conseguido, graças aos avanços que a ciência nos tem trazido a nível dos materiais. A investigação científica nesta área tem beneficiado inúmeros campos e o atletismo, e particularmente a corrida, são um dos principais beneficiados.

A porosidade do tecido (cocona de seu nome) e a malha larga, optimizam e favorecem a transpiração. De realçar ainda a sua leveza. É muito leve mesmo!

Dada a minha fraca estampa física para evidenciar todas as potencialidades do equipamento,
cá fica uma foto do Sr. Kilian Jornet a usar a tshirt
Uma das duvidas que tenho no que toca ao tecido é a sua resistência. Tratando-se de um equipamento de trail, fica a ideia que toda esta leveza poderá não estar preparada para elementos que são muito comuns de encontrar numa prova de trail silvas, arbustos e afins.

Resumindo, uma excelente solução para correr em tempo quente, independentemente do contexto (alcatrão ou trail), faltando apenas alguns treinos em Monsanto e Sintra para ver até que ponto a tshirt aguenta alguns abusos da natureza.

28/10/2014

2ª Corrida Montepio - report by bluesboy

A segunda edição da Corrida Montepio teve lugar neste Domingo, em Lisboa. Com início no Rossio e meta no Terreiro do Paço, percorreu a frente ribeirinha, sobretudo na Av. 24 de Julho, num percurso já muito conhecido para quem faz provas em Lisboa (São Silvestre, Meia Maratona de Lisboa e Corrida de Santo António).

Sendo uma prova com um cariz marcadamente solidário, dado que 100% da verba de inscrições foi entregue à Cáritas Portuguesa, foi com especial agrado que pude constatar a adesão massiva - 10 mil participantes - nas duas provas. Mesmo nas mais participadas Corridas de Santo António não tinha visto uma moldura humana tão imensa como ontem.

Em termos pessoais, ia com a ideia de fazer sub 50, objectivo demasiado optimista nesta fase, que rapidamente se tornou impossível de alcançar quando ao km 4 olho para o relógio e vejo que já estava 01min30s abaixo do tempo pretendido. Mesmo assim,, consegui recuperar na segunda metade da prova, apesar do calor e acabar com 52:44.

Boa manhã de convívio com os Pernas de Gafanhoto, excelente organização da HMS (mais uma vez) e o principal destaque vai para o poder solidário da corrida, que, neste caso, permitiu angariar 55 mil Euros para causas sociais.

21/10/2014

Corrida do Aeroporto 2014 - report by Fiona, bluesboy e Mustache

Devemos sempre voltar aos locais em que fomos felizes... by Fiona

... e às corridas também! 


Em 2012, a Corrida do Aeroporto assinalou a minha primeira prova com a verdinha camisola dos Pernas de Gafanhoto e a minha estreia nesta corrida. Hoje, ao chegar ao local da prova com o bluesboy, não pude deixar de me recordar da alguma ansiedade que me acompanhava por vestir pela primeira vez a camisola de um grupo tão bem disposto. O percurso da prova de hoje foi algo diferente da prova que fiz em 2012 mas continuou a fazer os participantes passar pelas simpáticas subidas da Quinta das Conchas. Aliás, se há coisa de que os participantes da Corrida do Aeroporto não se podem mesmo queixar é da falta de subidas porque elas hoje estiveram bem presentes. 

Continuo longe de estar na minha melhor forma mas até conseguir conciliar os novos horários e todas as solicitações com os treinos, continuarei a ser uma alegre e bem disposta caracoleta em estrada. Porque nestas coisas de ser atleta de pelotão dá-nos uma outra perspectiva das coisas: ninguém gosta de ter fases menos boas em que o nosso rendimento é menor do que aquele a que estamos habituados mas o mais importante é conseguirmos desfrutar o máximo de todas as corridas em que participamos. E hoje consegui fazer isto. Aliás... Basta conseguir-se passar a meta com um sorriso para se ver que a corrida soube bem e é assim que se deve terminar sempre!


O resumo de hoje foi este! De salientar a simpática presença do Hugo Sousa, da HMS, presente nos últimos metros da prova a apoiar os participantes e a dar-lhes o último incentivo. Muito obrigada, Hugo, por toda a simpatia e pela excelente organização a que já nos tens vindo a habituar. Muitos parabéns à HMS!

Prova sempre simpática, desta vez com novo percurso - bluesboy

A Corrida do Aeroporto, prova em que participei pela terceira vez, sempre me deu gozo. Este ano não foi excepção e o novo percurso revelou-se uma boa surpresa. A parte final não ser muito próxima da saída da Quinta das Conchas permite um desanuviar do pelotão e uma chegada à meta mais agradável. 

Organização sempre simpática e prestável, desde o levantamento dos dorsais à saída da zona da meta, excelente temperatura para correr e boa companhia, são os destaques que guardo do passado Domingo.

Esta prova marca também a minha estreia em treinos que incluam levantamento do dorsal - na Sexta-feira

Em termos individuais, foi mais uma prova para rolar, na companhia da Fiona, tendo conseguido suplantar o tempo da Corrida do Sporting em termos de pior tempo nos 10k, o que em muito se deve à maior dificuldade do percurso e ao facto de ter que parar / abrandar para... erm... tirar fotografias (cof cof).
Um tempo verdadeiramente digno de um Concorde

Na próxima semana, na Corrida do Montepio, espero voltar aos registos habituais, talvez para fazer um tempo abaixo dos 50 minutos. Talvez...


Mais uma estreia! - Mustache

Como não há uma sem duas (excepto quando já somos velhinhos e já nos damos por felizes em conseguir uma), mais um domingo e mais uma prova com o novo trio maravilha! Pelo menos ao inicio e antes da partida, porque quando se dá o tiro da partida, tenho de acelerar para conseguir que o vento passe por entre a barba.

Pois que fui à Corrida do Aeroporto e foi uma estreia nesta prova. Mas verdade seja dita que o percurso já eu o conhecia de trás para a frente, ou não fosse o meu local normal de treino. Vivendo na Alta de Lisboa, aproveito a avenida nova, a pista de treino e o Parque das Conchas, para realizar os meus treinos. Assim, sabia que a prova ia ser complicada devido às constantes subidas que apresenta, sendo que algumas são mesmo bastante puxadas.

Ia com medo, é verdade. Medo que uma dor que me anda a 'atazanar' a cabeça, ali na zona da dobra do joelho, desde a corrida do Sporting, não me deixasse correr como queria. Sabia que recorde pessoal estava fora de questão, mas queria fazer um pouco melhor que a do Sporting. Corri de casa até à partida, a passo lento, e, a pouco e pouco, a dor foi diminuindo. Durante a prova não senti dores, só uma ligeira impressão, mas sempre que ando, a dor está lá. Se calhar, a partir de agora, só posso correr e nada de andar!

Bem, lá arranquei a passo mais rápido, deixando-os a verem-me a sola dos sapatos e, ao longo do percurso, cruzei-me com ambos, o que me deu aquele alento extra para aguentar o ritmo. Arranjei uma lebre, mantive-me atrás dela e, já no km final, ao passar por um desconhecido, perguntei-lhe se me queria acompanhar até ao fim e lá fomos os dois a alta velocidade, cruzando a meta em 48'48"! Está longe do meu melhor, mas também não quero apertar muito, que a Maratona do Porto está já ai e no próximo domingo vou ter mais uma estreia, desta vez em trail.

Se é uma prova a repetir: decididamente que sim!


19/10/2014

Corrida do Sporting - crónica a seis pés

O dilúvio leonino visto pelo bluesboy

Foram mais de três meses sem provas, por um bom motivo. Três meses em que os alguns treinos de corrida têm vindo a ser substituídos por treino específico de levantamentos de recém-nascido, agachamentos para lhe mudar a fralda e dar banho e exercícios de força no transporte de banheira generosamente cheia da casa de banho ao quarto e vice-versa. Três meses em que, por inerência dos trabalhos hercúleos acima descritos, finalmente, introduzi fortalecimento do core nos treinos. Não corri foi tanto, mas isso é um pormenor (ou não...).

A Corrida do Sporting, já na quarta edição, decorreu pois faz hoje uma semana, sob condições climatéricas desafiantes: chuva e vento lateral. Nada disso inibiu cerca de 5.000 leões, simpatizantes e atletas de outras preferências clubísticas de marcar presença. Nem mesmo o presidente do clube faltou, estando na partida a cumprimentar efusivamente os atletas. Um exemplo a seguir!

Acompanhei a Fiona e o Mustache na prova, até ao quilómetro 2, altura em que, não obstante o nosso mais recente escriba ter feito uma Maratona na semana passada, imprimiu um ritmo a rondar os 4:50min/km e lá o perdemos de vista, só o voltando a encontrar no final.

A prova correu-se sem sobressaltos, ao ritmo da Fiona, tendo acabado com 01:09:00, o que constitui o meu pior tempo nos 10k, numa marca muito semelhante ao meu record dos 15km.

70 metros roubados no túnel de acesso ao Estádio

Uma melhoria face ao ano passado: a peça de fruta dada no final não é encarnada.

À excepção do ano passado, este ano voltámos a poder entrar no Estádio José de Alvalade e comprovar, mais uma vez, que se trata do mais belo recinto desportivo do Mundo.



A corrida do Sporting vista pelo Mustache

Se há prova que eu faço questão de correr, é a do Sporting. Em 4 edições, fui a 4, o que me dá o título de totalista. Confesso que quando acordei e fui espreitar à janela e vi o vento e a chuva, e pensei na minha namorada deitada na cama, a vontade que tive foi de dizer que estava com dores da maratona do fim de semana passado e ir-me enroscar com ela. Mas Sporting é Sporting, e se ela ia continuar na cama à minha espera, a corrida não ia esperar por mim. Por isso, equipei-me a rigor com a tshirt da prova do ano passado, casaco da chuva e lá arranquei para a corrida.
Tinha combinado ir ter com o Sr. Bluesboy e acompanhá-lo na corrida, e acabei por iniciar a prova com ele e com a Menina Fiona. Como todos tinhamos pulseiras diferentes, decidimos arrancar no final do cordão humano que, mesmo num dia de chuva, não faltou à chamada do rugido do Leão.

A prova começou a um ritmo lento, ainda para mais porque o percurso estreitava em vários locais dificultando a passagem dos atletas. Seguimos os 3 estrada fora até ao km 2, local onde me despedi deles e imprimi um ritmo mais intenso. Sentia-me totalmente recuperado da maratona e depois de um gajo ter feito 42kms, 10 kms não parece quase nada. Arranquei e fui no limite dos pulmões, não fazendo ideia a que ritmo ia. Aos 2kms iamos com 13', acabei a prova aos 50', demorando 37' para fazer 8kms. A verdade é que desde que arranquei não fui ultrapassado por ninguém e isso fez-me sentir bem.

A recuperação da maratona estava concluida e a prova do Sporting também. Para o próximo ano, lá estarei de novo.


O dia em que senti em que me estava a deslocar para a Arca de Nóe

Meus amigos... Mas que dilúvio foi aquele que se abateu sobre Lisboa no fim-de-semana passado? Chuva, chuva e mais chuva... E com direito à cereja no topo do bolo que foi o vento que parecia atacar de todos os lados... A juntar ao sobe e desce dos túneis do Campo Grande, pode dizer-se que a Corrida do Sporting deste ano foi dura, durinha!

Ainda que não pelas mesmas razões que o bluesboy, os últimos tempos têm sido de maior afastamento das corridas e dos treinos. Isto de estudar e de trabalhar ao mesmo tempo acaba por se reflectir em menos tempo livre para aqueles passatempos que adoramos. E a corrida tem vindo a ressentir-se do menor tempo livre que tenho tido nos últimos meses. As prioridades assim tiveram de ser definidas mas é por uma boa causa!

Conforme já dito pelo bluesboy, a corrida foi feita em conjunto com ele e a um passo de caracol muito afastado dos ritmos habitualmente quenianos que caracterizam este rapaz. Eu bem lhe disse para seguir (pois bem vi os seus olhinhos brilhantes quando o Mustache disse que ia seguir...) mas ele adora contrariar-me e decidiu continuar ao ritmo do caracol com os ténis mais fashion de Lisboa e arredores. 

Olha o pé fashion em pleno estádio!!

Esta edição da Corrida de Sporting foi aquela em que fiz maior tempo de prova mas, nesta fase de ritmo de trabalho mais alucinante, mais não posso pedir. Acima de tudo, o que conta é o convívio e poder estar presente numa corrida do meu clube. Venha a próxima!!

14/10/2014

Boné Salomon XA CAP - review by bluesboy

Um dos artigos que a Salomon me enviou para testar foi este boné XA Cap.

Tal como a mochila S-lab (podem ver a respectiva review aqui), a qualidade do boné é notória, mesmo tratando-se de um acessório, a partida, simples.

Características:
  • Tamanho único;
  • Fecho em velcro;
  • Tecido que facilita a eliminação da transpiração;
  • Protecção UV;

Tendo feito a esmagadora maioria dos treinos de Verão com ele, posso sublinhar sobretudo a sua extrema leveza, adequada protecção (mesmo com o Sol a pique, nunca fiquei com dores de cabeça) e o facto da pala do boné ser mais curvada, o que é uma mais valia em treinos de manhã cedo ou ao fim da tarde, em que o sol está baixo. Perde-se um pouco de visibilidade lateral, mas creio que compensa na protecção dos raios solares.

Com a chegada do Outono, tenho também a dizer que já o experimentei com chuva e é igualmente eficaz na drenagem da água em excesso, não empapando e fazendo um escoamento excêntrico (para fora da cara, entenda-se :D).

Resumindo, uma excelente solução para protecção solar e para correr à chuva!

07/10/2014

A minha primeira maratona - Maratona de Lisboa 2014

Já estou para escrever este post há, pelo menos, dois dias, mas no domingo a seguir à prova e ao almoço, deitei-me para descansar só 1horita e quando acordei eram quase 22h. Na segunda-feira, uma ida ao Algarve em trabalho, adiou-o de novo. Mas de hoje não passa.

Por onde começar? Nem sei! A verdade é mesmo esta. Já pensei várias vezes como iria começar este post, mas as emoções são tantas que torna dificil expressá-las por palavras. E terminar uma maratona é mesmo isto: uma emoção!

Comecemos então pela organização e percurso em si. Nunca tinha corrido uma maratona, portanto não tenho ponto de comparação, mas esta pareceu-me bastante bem organizada. Desde o transporte para o local com bastante antecedência, ao local de partida com espaço para todas as pessoas se prepararem, ao número de casas de banho disponiveis (claro que parecem sempre poucas quando 2000 pessoas querem ir ao mesmo tempo), à animação durante o percurso, ao número de postos de abastecimento, ao pormenor das bandeiras dos vários paises ao longo do passeio maritimo de Oeiras, às oferendas no final da prova. Se tivesse algum ponto menos positivo a apontar, seria ao facto de terem colocado um ponto de abastecimento no preciso local onde a meia-maratona dava a volta e onde a Maratona se juntava à meia-maratona. Foi a confusão total, com o pessoal a querer arrebanhar o máximo de géis possiveis. De resto, impecável.

Debrucemo-nos agora sobre a minha prova. Sentia-me preparado tanto a nivel fisico, como a nivel psicológico. Estava confiante, e, tirando algum nervosismo, pronto para percorrer os 42,195kms da prova. Passei o pórtico da partida e comecei a um ritmo não muito elevado, para aquecer melhor os músculos e para deixar o coração abrandar um pouco. Ao fim de 2kms (quando normalmente me aparecem as dores nas canelas), comecei a aumentar o ritmo até chegar ao que pretendia: 5'12" - 5'15". Ao km 6 estava a 5'13" e mantive-me nesse registo. O plano de bebida e comida ia traçado e fiz com que assim acontecesse. Como os abastecimentos de água eram a cada 2,5kms e não queria beber muita água para evitar paragens para "regar as couves", só iria beber água ao km 7,5 e depois a cada 5kms. Como tinha comido uma barra 30' antes da prova, o primeiro gel estava reservado para o km 15, aproveitando que ao km 20 haveria um posto de gel, e ainda teria outros dois para o km 27-28 e outro para o km 35-36, ou quando o posto de água estivesse próximo, para beber a seguir ao gel.

A primeira metade da prova foi feita sem qualquer esforço, sentia-me bem, sem dores, sem cansaço nas pernas ou falta de ar. Ainda antes dos 21kms, já eu tinha deixado para trás o marker das 4h e isso deixou-me muito feliz. Apesar disso, mantive o ritmo pois permitia-me acabar a prova em cerca de 3h50' (mais coisa, menos coisa). Passei o mítico km 30 e continuava bastante bem, excepto uma dor que me aparecia de vez em quando na perna direita, na zona do tendão de aquiles, que me obrigava a colocar o pé numa determinada posição durante algum tempo. Fui aproveitando alguns atletas como lebres, mantendo-me sempre atrás deles para manter o ritmo, nunca os deixando fugir muito nem os ultrapassando. Mas ali a chegar ao km 36 tive uma quebra enorme, as pernas pareciam que pesavam 2 toneladas e que não as conseguia mexer. Fui-me um pouco abaixo e abrandei consideravelmente o ritmo, tendo mesmo demorado quase 8' para fazer 1km (39-40).

Mas depois vi a placa dos 40, comecei a ver mais pessoas na rua a puxar por nós e o ânimo voltou. E vi o tempo por cima da placa 3h48'! Sabendo que o meu tempo de chip era menos 2', se acelerasse, ficava abaixo das 4h. Assim o fiz e cruzei a meta de braços no ar e a um bom ritmo. Parei o Runkeeper e marcava 3h58'57"! Tinha conseguido! Tinha ficado abaixo das 4h! Se ao ver a meta não consegui conter as lágrimas, menos o consegui quando percebi que tinha atingido ambos os objetivos que tinha para a prova. Foi, sem dúvida nenhuma, uma estreia emociante a todos os niveis.

Como li algures, numa maratona não há sorte de principiante nem heroismo de último km. Ou estamos preparados, ou ela derruba-nos! Sem dó nem piedade. Felizmente, estava preparado para a enfrentar e consegui dar-lhe a volta quando quase me quis derrubar. Sabia que ia ser duro, mas uma pessoa não sabe a verdadeira dureza até a fazer. Sei que devo ter cometido alguns erros durante a prova; talvez se tivesse começado mais lento na primeira metade e na segunda puxasse mais por mim, não tinha tido a quebra; se calhar o plano de alimentação não foi o melhor.... Não sei, mas sei que terminei e que tenho na Maratona do Porto, uma nova oportunidade de me voltar a superar.








29/09/2014

A caminho da primeira Maratona - última semana de preparação

Pois é, a maratona está mesmo aí à porta. Falta menos de uma semana e os nervos começam a ser mais que muitos. Não há noite que não vá para a cama e que não pense nela antes de adormecer, e sinto sempre um nervosinho no peito. As dúvidas se conseguirei ou não, se vai tudo correr bem, interligam-se com os pensamentos positivos em que chego à meta todo sorridente e de braços no ar.

No domingo fiz o meu último treino longo. 20,20kms em 1h45m, o que deu um ritmo médio de 5'13". Ao fim dos 20kms não me sentia cansado nem com dores, o que me leva a crer que este poderá ser o ritmo que vou utilizar durante a prova. Se assim o conseguir, farei cerca de 3h50m, que é um belissimo tempo para uma estreia.

Durante esta semana vou fazer 2 ou 3 treinos mais curtos, mas com o ritmo que quero usar durante a prova, e em terreno plano. Tenho de apostar em fazer sempre um bom aquecimento antes de começar a correr, porque se não o fizer, arrisco-me a lesionar-me e morrer na areia da praia. Um ou outro treino em que não aqueci tão bem, senti dores nos gémeos da perna direita, que passava ao fim de algum tempo de corrida, mas que volta não volta sentia de novo e tinha mesmo de parar para alongar um pouco, e no final do treino as dores persistiam. É como se o músculo estivesse preso e não quisesse alongar. Outra coisa que sinto durante os treinos, são pequenas dores nas canelas (ambas as pernas) ao fim de 1,5km-2kms, que acabam por passar se acelerar o ritmo. 

De qualquer forma, agora é abastecer de hidratos, evitar gorduras desnecessárias, cortar com as bebidas alcoolicas, beber ainda mais água que o habitual e ir comprar os géis para me alimentar durante a prova. Já vi os abastecimentos que vamos ter durante a prova e estamos bem servidos de hidratação, portanto é coisa com que não me vou preocupar em levar. Será que alguém me sugere algum gel bom (e saboroso) para levar na prova? E cintos, alguém sugere um bom cinto para poder guardá-los?

Por fim, se alguém participou na maratona do ano passado, sabem-me dizer qual a melhor forma de ir ter à Baia de Cascais no domingo? Eles fornecem transporte ou tenho que apanhar o comboio/levar carro?

Aaah!! E já tenho número de dorsal! Todos os olhos postos no 2720!


PS: Como uma loucura nunca vem só, a inscrição para a Maratona do Porto, dia 2 de Novembro, já está efetuada. Entre as duas Maratonas ainda tenho a Corrida do Sporting, a Corrida do Aeroporto e a Corrida Montepio.