Já estou para escrever este post há,
pelo menos, dois dias, mas no domingo a seguir à prova e ao almoço,
deitei-me para descansar só 1horita e quando acordei eram quase 22h. Na
segunda-feira, uma ida ao Algarve em trabalho, adiou-o de novo. Mas de
hoje não passa.
Por
onde começar? Nem sei! A verdade é mesmo esta. Já pensei várias vezes
como iria começar este post, mas as emoções são tantas que torna dificil
expressá-las por palavras. E terminar uma maratona é mesmo isto: uma
emoção!
Comecemos
então pela organização e percurso em si. Nunca tinha corrido uma
maratona, portanto não tenho ponto de comparação, mas esta pareceu-me
bastante bem organizada. Desde o transporte para o local com bastante
antecedência, ao local de partida com espaço para todas as pessoas se
prepararem, ao número de casas de banho disponiveis (claro que parecem
sempre poucas quando 2000 pessoas querem ir ao mesmo tempo), à animação
durante o percurso, ao número de postos de abastecimento, ao pormenor
das bandeiras dos vários paises ao longo do passeio maritimo de Oeiras,
às oferendas no final da prova. Se tivesse algum ponto menos positivo a
apontar, seria ao facto de terem colocado um ponto de abastecimento no
preciso local onde a meia-maratona dava a volta e onde a Maratona se
juntava à meia-maratona. Foi a confusão total, com o pessoal a querer
arrebanhar o máximo de géis possiveis. De resto, impecável.
Debrucemo-nos
agora sobre a minha prova. Sentia-me preparado tanto a nivel fisico,
como a nivel psicológico. Estava confiante, e, tirando algum nervosismo,
pronto para percorrer os 42,195kms da prova. Passei o pórtico da
partida e comecei a um ritmo não muito elevado, para aquecer melhor os
músculos e para deixar o coração abrandar um pouco. Ao fim de 2kms
(quando normalmente me aparecem as dores nas canelas), comecei a
aumentar o ritmo até chegar ao que pretendia: 5'12" - 5'15". Ao km 6
estava a 5'13" e mantive-me nesse registo. O plano de bebida e comida ia
traçado e fiz com que assim acontecesse. Como os abastecimentos de água
eram a cada 2,5kms e não queria beber muita água para evitar paragens
para "regar as couves", só iria beber água ao km 7,5 e depois a cada
5kms. Como tinha comido uma barra 30' antes da prova, o primeiro gel
estava reservado para o km 15, aproveitando que ao km 20 haveria um
posto de gel, e ainda teria outros dois para o km 27-28 e outro para o
km 35-36, ou quando o posto de água estivesse próximo, para beber a
seguir ao gel.
A
primeira metade da prova foi feita sem qualquer esforço, sentia-me bem,
sem dores, sem cansaço nas pernas ou falta de ar. Ainda antes dos
21kms, já eu tinha deixado para trás o marker das 4h e isso deixou-me
muito feliz. Apesar disso, mantive o ritmo pois permitia-me acabar a
prova em cerca de 3h50' (mais coisa, menos coisa). Passei o mítico km 30
e continuava bastante bem, excepto uma dor que me aparecia de vez em
quando na perna direita, na zona do tendão de aquiles, que me obrigava a
colocar o pé numa determinada posição durante algum tempo. Fui
aproveitando alguns atletas como lebres, mantendo-me sempre atrás deles
para manter o ritmo, nunca os deixando fugir muito nem os ultrapassando.
Mas ali a chegar ao km 36 tive uma quebra enorme, as pernas pareciam
que pesavam 2 toneladas e que não as conseguia mexer. Fui-me um pouco
abaixo e abrandei consideravelmente o ritmo, tendo mesmo demorado quase
8' para fazer 1km (39-40).
Mas
depois vi a placa dos 40, comecei a ver mais pessoas na rua a puxar por
nós e o ânimo voltou. E vi o tempo por cima da placa 3h48'! Sabendo que
o meu tempo de chip era menos 2', se acelerasse, ficava abaixo das 4h.
Assim o fiz e cruzei a meta de braços no ar e a um bom ritmo. Parei o
Runkeeper e marcava 3h58'57"! Tinha conseguido! Tinha ficado abaixo das
4h! Se ao ver a meta não consegui conter as lágrimas, menos o consegui
quando percebi que tinha atingido ambos os objetivos que tinha para a
prova. Foi, sem dúvida nenhuma, uma estreia emociante a todos os niveis.
Como
li algures, numa maratona não há sorte de principiante nem heroismo de
último km. Ou estamos preparados, ou ela derruba-nos! Sem dó nem
piedade. Felizmente, estava preparado para a enfrentar e consegui
dar-lhe a volta quando quase me quis derrubar. Sabia que ia ser duro,
mas uma pessoa não sabe a verdadeira dureza até a fazer. Sei que devo
ter cometido alguns erros durante a prova; talvez se tivesse começado
mais lento na primeira metade e na segunda puxasse mais por mim, não
tinha tido a quebra; se calhar o plano de alimentação não foi o
melhor.... Não sei, mas sei que terminei e que tenho na Maratona do
Porto, uma nova oportunidade de me voltar a superar.
Muitos parabéns!!!
ResponderEliminarNuma Maratona as emoções estão muito à flor da pele e é uma corrida que nunca mais nos sai da cabeça.
Aproveita bem este momento extraordinário!
Um abraço e força para o Porto :)
Parabéns!
ResponderEliminarcom a experiência desta, a próxima vai correr melhor ainda ;)
Abraço
Muitos parabéns, por muitas que venhas a correr não há nada como a primeira.
ResponderEliminarAbraço e boa recuperação
Brutal, correu na perfeição, muitos parabéns! Para mim, passar aos 21km como se não tivessemos em esforço é sinal que o plano correu bem! A quebra lá para o fim é perfeitamente normal! Foi um tempo muito bom para a estreia. Ah, e essa do heroísmo deves ter lido no meu blog ehehe Grande abraço e força nisso!
ResponderEliminarMuito bom, correu, portanto muito bem!
ResponderEliminarParabéns!
Então, até ao Porto.
Abraço
PS: terminaste de tronco nu? ahhhhhhhhh, home!
PS2: realmente no teu "outro" blogue ninguem liga a corrida e assim cá vim comentar aqui :)
Muitos parabéns e que bela estreia.
ResponderEliminarAbraço.