Provavelmente, devem estar a estranhar o título deste post mas esta foi a frase da tarde. Mas explicarei mais à frente...
Se bem estão recordados, ando a mãos com uma lesão no joelho direito desde a corrida do ISCTE/IUL realizada em meados de Novembro. Em sequência do primeiro diagnóstico, inflamação da banda iliotibial, fiz repouso, gelo, anti-inflamatório e alongamentos específicos para a banda. Esta é uma banda percorre toda a perna desde a anca até à tíbia, local onde é a sua inserção, e que contribui para a estabilização do joelho.
Esta inflamação é a normalmente diagnosticada como Síndrome da Banda Iliotibial ou Iliotibial Band Syndrome (ITBS). E foi com este diagnóstico que me dirigi hoje ao Gabinete da Fisioterapia do Desporto (GFD, site aqui) , que possui instalações na Amadora e em Algés.
Fiz consulta com o Ernesto Ferreira, fisioterapeuta responsável pela direcção técnica do GFD que, após uma conversa detalhada sobre a minha lesão, histórico de corrida e de lesões associadas e tudo o que se passou nos últimos tempos, observação da perna queixosa e realização de uma ecografia, confirmou o primeiro diagnóstico: síndrome da banda iliotibial. No entanto, fiquei a saber que a inflamação não se restringia apenas à banda propriamente dita. Na zona do joelho, a banda assenta numa espécie de bolsa, designada por bolsa serosa, a qual, no meu caso, também se encontra inflamada aumentando a dor e todas as queixas quando corro. Fiquei a saber que o chamado "joelho do corredor" e a síndrome da banda iliotibial não são a mesma coisa. E é a inflamação da tal bolsa que é designada por "joelho do corredor". Muitas pessoas possuem apenas um dos problemas mas eu, como boa amante de festivais de luz e cor, lá tinha ter de ter as duas. Mas, como se costuma dizer, "treino duro, combate fácil" e estou cá para debelar por completo esta lesão e poder voltar muito em breve aos treinos e às corridas de que tanto gosto perfeitamente recuperada.
Confirmado o diagnóstico e encontrado o problema também na bolsa, foi chegado o momento do Ernesto me perguntar "Tens medo de agulhas?". E perguntam vocês porquê... Uma das formas de tratamento recomendadas para o meu caso é a aplicação da técnica de electrólise percutânea intratissular ou EPI. Trata-se de uma técnica relativamente recente no tratamento de lesões (foi criada em 2000) e baseia-se na aplicação de uma corrente galvânica de alta intensidade, na zona afectada, recorrendo a uma agulha de acunpuctura. Esta aplicação de corrente é feita com a visualização da zona afectada recorrendo a um ecógrafo que permite que ela chegue directamente à zona afectada. Concretamente, a corrente galvânica aplicada na zona lesionada entra em contacto com o tecido inflamado, provocando uma reacção química em que ocorre a formação de hidróxido de sódio (NaOH), o qual vai actuar sobre o tecido inflamado e favorecer a formação de novo tecido e posterior regeneração. E pronto... O meu joelhito virou almofada de alfinetes e o Ernesto lá me fez a aplicação do tratamento nas zonas afectadas. Após a realização do tratamento de EPI seguiu-se a massagem e alongamento da banda iliotibial.
Esperam-me agora mais quatro sessões deste tratamento, com a frequência de uma por semana. A par com estes tratamentos realizados no GFD, trago também trabalho de casa que vai ser fundamental para garantir uma recuperação eficaz da lesão que será o seguinte:
- Auto-massagem da banda iliotibial com rolo, uma vez por dia durante 5 a 7 minutos.
- Alongamentos para a banda iliotibial e o músculo piramidal, em três repetições de 1 minuto cada para cada zona.
Esta semana nada de corridas mas na próxima semana, dois dias após a realização da sessão de tratamentos, já vou poder calçar os ténis para dar uma corridinha leve. E pronto... É este o resultado da consulta de hoje. Agora, repouso no sofá em frente à televisão com a perna numa posição bem confortável é o que me espera durante o resto do dia de hoje.
E a blogosfera e o mundo da corrida tem destas coisas engraçadas... Após este resumo da consulta de hoje não poderia deixar de agradecer a todos os que vão lendo o que se vai escrevendo por aqui e que deixaram muitas e simpáticas palavras de ânimo e de força no meu post anterior. Obrigada por estarem desse lado e muito obrigada por me darem força e não me deixarem desmotivar. E um obrigada especial para o meu colega de equipa, bluesboy, que me foi aturando desde que a minha lesão aconteceu e que me acompanhou durante toda a prova da São Silvestre, sempre muito preocupado em saber como eu me encontrava e se tinha dores.
Muito obrigada a todos e um beijinho muito especial para vocês todos, loucos por corrida como eu!
Bons treinos e boas corridas!
Fiona