Corre mais rápido!

Aqui partilhamos todas as nossas provas e treinos e muitas outras coisas sobre o mundo da corrida...

07/07/2014

Da estrada para a pista - report by Fiona e bluesboy

Depois de já termos participado em provas de estrada e de trail... Foi chegada a hora destes intrépidos Gafanhotos se embrenharem nos meandros do Estádio do Inatel e mostrarem o que valem na pista de tartan!

O tartan pisado pelo bluesboy


Depois do treino de adaptação à pista, os meus níveis de ansiedade para esta prova (que já eram baixos), fizeram com que encarasse esta prova num estado zen. Chegámos (eu e a Fiona) relativamente cedo e ainda deu para assistir à prova dos escalões mais veteranos, que se iniciou pouco depois das 17:30 e onde o grande atleta João Lima teve uma brilhante participação. 



Como às 18:00 seria a minha vez, fiz um ligeiro aquecimento de 1 km, no qual me cruzei duas vezes com uma apelativa barraquinha de farturas e fui para a pista. Com a firme ideia de olear o esqueleto com um festival de colesterol e calorias após a prova.

A angústia do aspirante a velocista ao constatar a distância considerável que o separava das farturas...

Dado o meu estado quase letárgico, nem me apercebi que os atletas da minha série eram autênticas gazelas. Vai dai, quando dou por mim, já o tiro de partida tinha sido dado e o primeiro quilómetro corrido, a 4:18min/km. 

Não admira que estivesse ligeiramente com os bofes de fora... 

O que ia nessa altura amigos, sabem o que era? Isso mesmo: uma fartura! Xistarca, pensem nisso. Uma farturinha ao quilómetro 1, para animar os espíritos e eu seria possivelmente um homem novo no quilómetro seguinte.

Ao quilómetro 2 surgiu, inevitavelmente, a clássica dor de burro (burro por não ter comido uma fartura antes? Talvez), pelo que os quilómetros 3 e 4 foram feitos em gestão de esforço e a uma passada ligeiramente abaixo do que tinha planeado. Apenas no último quilómetro consegui voltar à normalidade e, à boleia do António Sousa do GFD Running, ainda fiz o último quilómetro a cerca de 04:30.


Parciais Da Estrada à Pista - bluesboy
Parciais por volta - bluesboy


Tempo final: 23'45'', 64º da geral e 17º no escalão (em 21 gazelas).



Mesmo com algum desconforto a meio da prova, que resulta exclusivamente da minha inexperiência e peso a mais (4Kg, todos ganhos sem recurso a farturas), dou-me por muito contente. Há espaço para melhorar, mas de forma realista. Se tivesse apostado num ritmo constante de 04:30, do início ao fim, porventura tinha feito abaixo dos 23 minutos e acabado bem confortável... fica para o ano!



Em termos organizativos, quase nada a apontar. Quando se aposta na simplicidade da prova, é mais do que meio caminho andado para ela correr bem. Deixo até a sugestão deste tipo de prova se realizar mais vezes ao longo do ano, sempre com poucos atletas, para tentar captar mais pessoas para esta realidade completamente diferente que é a pista.  



Ah! E já agora não fechem a barraquinha de farturas quando a prova de pista ainda está a decorrer. É que não estão bem a ver a minha frustração, a vir da pista, com uma salivação de proporções pavlovianas e deparar-me com a barraquinha fechada. Ele há coisas...


O tapete vermelho pelos pés da Fiona


A prova de sábado revelou-se para mim uma estreia. Nunca antes havia corrido em pista de tartan numa prova. As únicas vezes que havia tocado este tipo de piso havia sido em duas breves incursões, uma na pista do Estádio de Honra do Jamor e outra na pista do Centro de Alto Rendimento do Jamor. Apesar disso, a corrida em pista (e o sentimento de ser um hamster às voltas numa roda) não era de todo desconhecida para mim dado que faço regularmente treino nesta situação, ainda que nunca tivesse corrido a distância de 5 km... 12,5 voltas em pista. O meu principal receio para esta prova residia mesmo nesta monotonia de andar ali às voltas.. Sei lá se ainda poderia acabar enjoada de tanta volta no final?

Felizmente, isso não aconteceu...

Conforme já dito pelo buesboy, chegámos cedo ao Inatel pelo que deu para assistir às séries anteriores e ver os amigos que se vão fazendo neste mundo das corridas. Como a minha série aconteceu depois da série do bluesboy, ainda deu para assistir a parte da prova dele na bancada, dar uns gritos de apoio e bater umas palmas, para depois chegar a altura de fazer o meu aquecimento e de me dirigir para a zona da partida. Pouco passava das 18h30 quando foi dada a partida para a minha série e lá fui eu, feliz e contente, para as 12,5 voltas que me esperavam e que teriam de ser realizadas em 30 minutos. Caso não finalizasse os 5 km neste tempo limite, teria de sair da pista para dar lugar aos atletas da série seguinte. A bem da verdade, e fruto do pouco treino da semana anterior na fase pós-Corrida das Fogueiras e da elevada quantidade de trabalho com que ando ultimamente, não estava à espera de conseguir fazer abaixo dos 30 minutos. Ainda que seja cada vez mais recorrente conseguir fazer esta distância abaixo deste tempo, o cansaço acumulado poderia dar sinais de si e fazer-me ter de abandonar a pista sem ter completado a minha prova. 

Ainda tive fôlego para dar umas palavras de apoio à colega de equipa do GFD Running que estava a correr na mesma série do que eu e que viria a ser a segunda da série e primeira do seu escalão. Optei por ir fazendo uma prova mais ou menos controlada, sempre com parciais por volta inferiores a 2:30 min/km. Fui tendo as palavras de apoio dos colegas de equipa dos Pernas de Gafanhoto e do GFD Running e as palavras serenas do meu treinador António Sousa a mostrarem-me que estava a ir bem. 

Parciais por volta - Fiona

Parciais Da Estrada à Pista - Fiona

Olha ali as farturas a gritarem por mim feitas loucas com estes parciais?!

Penso que fui fazendo uma gestão inteligente do esforço durante a prova pois nestas coisas de corridas gosto sempre de guardar um último fôlego para os últimos metros e terminar com um sprint... E em boa hora tenho este hábito senão atentem na seguinte sequência de fotos...

Segundo palavras do bluesboy.. Uma daquelas sequências para mostrar aos netos!
(créditos das fotos: bluesboy)

Quando faltava coisa de meia volta para terminar a prova, eis que me sinto ultrapassada por esta outra atleta vestida de amarelo. Se quem estava de fora poderia pensar que pronto... Lá eu me tinha deixado ficar... Valeu-me a gestão do esforço e o fôlego guardado para o último sprint. Liguei o turbo e lá fui eu, tendo conseguido fazer esta ultrapassagem e passar a linha de chegada com 3 segundos de vantagem.

Se calhar esta energia vinda do nada pode ter-se ficado a dever à banana que ingeri antes da prova... Será que era do Lidl?

E pronto... O resultado destas 12,5 voltas à pista do Inatel foi o seguinte: 28'00'', 83º lugar da geral e 3º no escalão (entre 5 gazelas). Apenas uma ressalva quanto a este resultado, que está de acordo com a listagem divulgada pela Xistarca na sua página. A Vera Nunes, atleta do SLB e que surge na lista de resultados como 1ª classificada (tempo: 17'28''), não correu na mesma série do que eu. Ela correu, juntamente com dois outros atletas do GFD Running, compondo assim os atletas de elite presentes no Inatel. Nesta última série participaram também os atletas masculinos com idades inferior a 34 anos (escalão M0034). É por este motivo que, apesar de surgir com a classificação de 3º lugar no escalão, trouxe para casa o troféu correspondente ao 2º lugar no escalão. 

Troféu da prova Da estrada para a pista

Foi a primeira vez que subi a um pódio e era ver-me sem saber o que fazer...

Faço discurso? Agradeço à humanidade? Ao Pai Natal? Ao Rei Leão? Ao Zatopek? Aos deuses do Olimpo? Estou gira para a foto? HÁ FARTURAS???

Humor à parte, esta prova não poderia ter corrido melhor. Conforme já foi dito pelos bluesboy, o facto de ser uma prova pequena e sem grandes confusões permitiu desfrutar melhor e aproveitar o que de melhor a corrida tem que é o convívio. Para o ano estou lá de certeza!!!

E no final deste report, apenas tenho uma coisa a dizer... QUEM COMEU A MINHA FARTURA?????

06/07/2014

35º Corrida das Fogueiras - report by Fiona

No passado fim-de-semana realizou-se mais uma edição daquela que é, para mim, uma das melhores provas de estrada do calendário português. Estou a falar da Corrida das Fogueiras, que celebrou este ano a sua 35ª edição. Mais uma vez, uma prova a não desiludir ao nível de ambiente, sempre com muito público a aplaudir, a puxar por todos os corredores e a fazer-nos sentir verdadeiros campeões na chegada à meta. Da minha perspectiva, parece-me que a edição deste ano teve uma maior participação do que no ano passado, a confirmar a evolução positiva que a corrida tem vindo a ter no nosso país e a demonstrar que vale a pena ir a Peniche pois somos muito bem recebidos.

Quanto ao report da prova...

Tinha à minha espera 15 km de estrada a passar pelas ruas de Peniche e pela estrada que segue até bem próximo do Farol do Cabo Carvoeiro. À hora da partida estava longe de saber que a edição deste ano da Corrida das Fogueiras se viria a revelar uma estreia, e não pelos melhores motivos, infelizmente... Antes de mais, aqui partilho os parciais para esta prova.

Parciais retirados do Connect Garmin

Numa primeira análise e comparando com o tempo realizado no ano passado (1h47'14''), poderíamos dizer que esta prova tinha corrido muito, muito bem com as minhas pernas a corresponderem e a conseguir retirar cerca de 7 minutos face ao tempo do ano passado. Pois... O problema é que esta prova teve aqui um pequeno contratempo em torno do km 6 que vem confirmar a velha teoria existente entre os corredores de que não se devem fazer experiências em dia de prova. Não se devem alterar hábitos alimentares, fazer aventuras, estrear roupa ou calçado. Pois é... Mas eu que até costumo ser atinada com estas coisas, no dia da Corrida das Fogueiras fiz uma pequena asneira que faz existir uma clara diferença entre o tempo registado pelo meu Garmin e o tempo oficial de prova (que se registou em torno de 1h51'). O café que tomei ao final da tarde do dia da prova veio a revelar-se a pior asneira que eu poderia ter feito. Valeu-me ter de fazer um desvio muitíssimo forçado por volta do km 6 que se traduziu numa paragem em que parei o contador do relógio e em que tive de decidir se continuava e finalizava os 15 km ou se seguia directamente para a meta, fazendo o equivalente à Corrida das Fogueirinhas. Pois é... Decidi prosseguir para fazer a totalidade dos 15 km quando os primeiros estavam já a chegar à meta. Saí deste ponto quando já tinham passado as motas da Polícia que encerravam o percurso, tendo conseguido apanhá-los mais à frente e tendo feito alguma distância com direito a batedor até conseguir apanhar o corredor que seguia à minha frente. Se, ao km 6, levava um significativo atraso sendo a última corredora em prova, nos restantes 9 km de prova consegui ultrapassar 39 corredores, terminando no 2243º lugar num total de 2283º corredores que passaram a linha de meta. 

Se podia ter corrido melhor? Podia do ponto de vista que estava longe de esperar que teria de fazer uma paragem forçada. É assim que fazemos as nossas aprendizagens e fica a lição para o futuro de que nunca mais tomarei café antes de uma prova. Se fiquei contente com este resultado? Por acaso até fiquei. Apesar de como me sentia aos 6 km de prova, consegui ter a força suficiente (mental e de pernas) para seguir e finalizar a prova de 15 km e ainda conseguir recuperar todo o atraso que ganhei na minha paragem forçada.

O que retiro de aprendizagem da Corrida das Fogueiras deste ano? Que a minha força mental me consegue levar onde eu menos espero e onde posso pensar não ser possível chegar. Que é ela a minha força motriz e que mostra que sim, é possível e que sim, é possível fazer mais e melhor!

E aqui fica a partilha da foto que tirei com a medalha da prova e com a estátua de homenagem aos homens do mar que existe em Peniche, partilhada no Instagram do Correr pelo Mundo (http://instagram.com/correrpelomundo).

A minha foto é a do canto inferior esquerdo

Bons treinos e boas corridas!

Fiona

04/07/2014

Pista

Fiz ontem um treino de ambientação à pista do Estádio 1º de Maio, tendo em vista a participação, já neste Sábado, na prova Da Estrada à Pista no Estádio 1º de Maio, em Lisboa.

Embora não tenha sido a primeira vez que treinei em pista, o facto é que não fazia um treino em tartan desde Maio de 2009 e chego à conclusão que beneficio muito em os fazer com alguma regularidade.

Parciais treino em pista
(3x 400 mts de séries + 2 km bem fortes)
Dado ser um terreno propício a lesões, fiz um correcto aquecimento antes de imprimir ritmos mais vivos em pista. A partir dai, dei largas ao velocista que há em mim (vá, não se riam... muito, hehe) e penso que, dada a má forma em que me encontro actualmente, a prestação até nem foi má.







Dados os bons indícios deixados no treino, vou apontar para um tempo de 23:45 na prova, o que implica uma passada média de 04:45min/km. Posso eventualmente fazer melhor, mas irá depender de como esteja fisicamente no Sábado à tarde.

A quem for, boa prova. Lá nos encontramos! :)