13/03/2014

Normalização de dados - uma explicação estatística (parcial) para a lesão

Como (quase) tudo na vida segue uma distribuição normal, lembrei-me há dias de normalizar os meus dados de corrida para perceber até que ponto houve um desvio da norma nos últimos tempos. Mesmo sem tratar os dados, era já evidente que o aumento de quilómetros trouxe uma sobrecarga ao corpo, o que, com o stress no trabalho, fez soar o sinal de alarme lá para meados de Dezembro.

Recordando os factores que acho que tenham levado à lesão:

  1. Sapatos com quilometragem a mais;
  2. Não ter alongado nem antes nem depois dos treinos / provas;
  3. Sobrecarga de treinos por tempo prolongado;

Assim, após a médica na Segunda-feira me ter falado em 40 minutos como duração máxima nos próximos treinos, meti mãos à obra e trabalhei os dados.

De Março/2012 a Março/2014 os meus dados médios e de desvio-padrão são os seguintes

(Valores médios para os três parâmetros analisados, N = 284)
O que me agrada aqui é sobretudo a distância média semanal em treinos+provas andar pelos recomendados 40 minutos.

Evolução dos três parâmetros ao longo dos últimos dois anos - dados normalizados
A evolução mensal já começa a dar algumas pistas sobre uma das causas do asneiranço quilométrico. Mesmo a olhómetro, é notório que não só houve um abuso dos quilómetros e número de treinos, como esse abuso foi feito de forma brusca e prolongou-se durante três meses (quase ininterruptamente). Houve um periodo semelhante, de Fevereiro/2013 a Maio/2013, embora sem um aumento tão brusco e no qual estava a usar sapatos novos, com tempo ameno e a seguir um plano de treinos estruturado para a meia-maratona. O último trimestre de 2013, por oposição, foi feito com tempo frio, sem o devido aquecimento, com sapatos com 600 a 700 km em cima e procurando apenas acumular quilómetros.

Na tabela em baixo, agrupando os dados semanalmente, é ainda mais facil ver como se prolongou a falta de juizo. É notório que no primeiro trimestre do ano, houve ali uam semana, de 25/03/2013, que serviu de descanso após seis semanas de registos acima dos 80% em todos os parâmetros à excepção do tempo médio de treino. Já no último trimestre de 2013, o esforço prolongou-se por 12 semanas, apenas com uma abrandamento ligeiro a 07/10. Convém também recordar que foi em Outubro que fiz jornada dupla em dois fins de semana. 

Claro que estes dados - quilómetros e treinos feitos - por si só, não chegam para explicar a fasceite. Mas este factor, pode, à partida, ter tido uma contribuição mais significativa do que estaria à espera.

Nos próximos tempos o plano será manter um esquema de treinos equilibrado, sempre em torno dos 50% no três parâmetros, à excepção das semanas em que participe em provas.


Distribuição normalizada - evolução semanal

1 comentários:

  1. Tudo explicado, sigo um blogue que adora matemática e outro que diz que não gosta.
    Como quase tudo na vida é preciso equilibrio.
    O aumento brutal de impost...espera...km pode ser a explicação, a somar a tudo o resto.
    Resumindo, racionalizaste aquilo que já sabias.
    Boa Mini e boa recuperação.
    Cumprimentos a Ms Wilson.
    Abraços

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